Mais leves, menores, práticos e cada vez mais baratos, os computadores
portáteis atraem consumidores que nunca imaginaram que um dia teriam acesso à
tecnologia. De alguns anos para cá, os notebooks tornaram-se verdadeira febre.
No fluxo das mudanças, está o desaparecimento dos computadores tradicionais dos
escritórios.
Apesar da elegância e da sofisticação, entretanto, os computadores pequenos
merecem nota zero no quesito ergonomia. "As pessoas cujo instrumento básico de
trabalho é o notebook podem ter a saúde prejudicada", opina o engenheiro de
Segurança no Trabalho e especialista na prevenção de doenças
musculoesqueléticas, mais conhecidas por LER (Lesões por Esforços Repetitivos),
Osny Orselli.
Notebook não é compatível com usuário
O monitor, o teclado e o touchpad (dispositivo sensível ao toque e
substituto do mouse) apresentam algumas falhas ergonômicas. O teclado, por
exemplo, é pequeno e apertado, e faz com que as mãos fiquem muito próximas e sem
mobilidade. O mesmo ocorre com o touchpad, que obriga o usuário a manter
os braços contraídos. O monitor, por sua vez, possui uma altura irregular,
incompatível com o usuário.
Como os notebooks não oferecem mobilidade em relação à mesa, e não permitem o
uso de apoios de espumas, o risco de sofrer lesões é muito maior, se comparados
ao bom e velho - porém sem elegância e mobilidade - computador tradicional.
Solução
Para resolver o problema, não é preciso abandonar os funcionais computadores
portáteis. Alguns deles são desenvolvidos já tendo em mente esses problemas.
Como exemplo, existem apoios que levantam a tela do equipamento. Entretanto,
antes de comprar, é preciso ter certeza de que há uma regulagem de altura.
Senão, de nada adiantará.
Orselli ainda recomenda a adaptação de um teclado e um mouse separadamente,
usando o notebook apenas como monitor. O suporte para mouse ainda deve ter uma
superfície grande para que o usuário evite arrastá-lo clicado.
Além disso, se possível, prefira os computadores tradicionais e deixe para usar
o laptop em ocasiões especiais, como reuniões e congressos. O especialista
justifica a recomendação: "O risco de adquirir doenças como bursite, tendinite,
síndrome do túnel do carpo e algumas LER é alto. O profissional passa muitas
horas fazendo o mesmo movimento de teclar, em posição desconfortável e
ergonomicamente incorreta".