Aposentadoria - Vulnerabilidade: planejar a aposentaria ajuda a evitar surpresas desagradáveis
A maioria dos brasileiros corre risco de ter renda insuficiente na fase da
aposentadoria. A conclusão faz parte da pesquisa "O Futuro da Aposentadoria -
Investindo na Melhor Idade", divulgada no dia 13.05.2008, mundialmente, pelo
Grupo HSBC.
Segundo o estudo, aqueles que são dependentes de uma única fonte de renda são os
que têm a maior probabilidade de cair no que é chamado de "armadilha da
vulnerabilidade", já que acreditam ter condições de manter o mesmo padrão de
vida na terceira idade, mas só percebem que isso não é possível quando já estão
nela.
Como reverter a situação? O segredo, antes de tudo, é planejamento. Garantir, na
aposentadoria, o mesmo padrão de vida usufruído durante a idade ativa não é
fácil, principalmente quando se chega à conclusão às vésperas de parar de
trabalhar.
Quanto antes melhor
Não existe uma "idade certa" para começar a pensar no futuro. Mas, é consenso
que, quanto antes começar, maior será sua poupança e menor o seu esforço mensal.
Ou seja, um jovem de 20 anos que começa, desde já, a cuidar de seu futuro
financeiro, precisa dispor de muito menos, mensalmente, do que uma pessoa de 40.
Vamos imaginar uma pessoa que hoje viva com uma renda de R$ 4.500 mensais. Ao
término da vida ativa, por volta dos 65 anos, dificilmente essa pessoa
conseguirá esse rendimento por meio dos recursos da Previdência Social, ou seja,
serão necessários outros meios para conseguir esse montante.
Antes de definirmos como conseguir esse rendimento mensalmente sem contar com o
INSS, é preciso considerar algumas variáveis:
- Expectativa de vida: vai definir ou, pelo menos, dar uma idéia de quanto
tempo irá depender da renda, sem exercer nenhuma atividade remunerada, após
a aposentadoria;
- Quanto tempo tem até se aposentar: vai definir quanto terá de poupar por
mês para atingir o montante necessário - aquele que será resgatado
mensalmente durante x meses (definidos no item anterior);
- Melhor aplicação: onde investir para atingir seu objetivo. Essa variável
deve levar em conta, entre outras coisas, a meta final e o perfil de risco
do investidor.
Na ponta do lápis
Para exemplificar, vamos utilizar as seguintes variáveis:
Renda mensal estimada após a aposentadoria: R$ 4.500
Idade de aposentadoria: 65 anos
Expectativa de vida: 85 anos
Aplicação: conservadora, rendimento de 0,60% ao mês
Idade no início da poupança: 20, 30, 40 e 50 anos (vamos utilizar vários
exemplos para podermos comparar).
Considerando os dados acima, calcula-se que, para atingir o rendimento mensal
estipulado, a pessoa deverá poupar, até a data de aposentadoria, a quantia de R$
625.357,24.
A tabela abaixo estima o esforço mensal da pessoa, de acordo com tempo que ela
tem até a aposentadoria:
Idade hoje |
Anos até a aposentadoria |
Poupança mensal necessária |
20 |
45 |
R$ 154,29 |
30 |
35 |
R$ 331,01 |
40 |
25 |
R$ 747,29 |
50 |
15 |
R$ 1.938,90 |
Pela tabela, é possível comprovar que, o quanto antes começar a planejar o
futuro, menor será o seu esforço de poupança mensal para atingir seu objetivo
financeiro.
Por exemplo, um jovem de 20 anos, que tem 45 anos para poupar, precisa de pouco
mais de R$ 150 por mês para conseguir, durante a aposentaria, uma renda mensal
de R$ 4.500.
No entanto, uma pessoa de 50 anos, que só agora se deu conta de que seu padrão
de vida pode cair, caso não faça algo, precisa investir quase R$ 2.000 por mês
para garantir a renda mensal necessária.
Vale lembrar que os cálculos acima são hipotéticos e não consideram
inflação, taxas, impostos e qualquer outro desconto sobre o investimento
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