A era em que vivemos é permeada por excesso de informações e por um avanço
nos aparatos tecnológicos, o qual torna nossos conhecimentos obsoletos cada vez
mais rapidamente. As demandas da vida moderna são tantas que nem mesmo temos
tempo de cuidar dos problemas pessoais. Resultado: além do estresse físico e
mental, acabamos por desenvolver estresse emocional.
Assim, podemos falar do estresse do executivo, do gerente, da dona de casa e até
mesmo da criança. Ele deprime o sistema imunológico, endócrino e o nervoso
autônomo, facilitando o desenvolvimento de doenças. A boa notícia é que é
possível combater o problema sem precisar pagar por uma ajuda profissional.
Doenças psicossomáticas
Os sinais do corpo se multiplicam sob diversas formas. Algumas delas são: falta
de concentração, sensação de taquicardia, astenia psíquica (desânimo), tremores,
sudorese, dor de cabeça, pressão alta, problemas digestivos e de intestino,
cardíacos, ansiedade e depressão.
Segundo a psicóloga Olganir Merçon Tezolin, autora do livro "Stress: você pode
controlá-lo", existem 3,5 mil doenças psicossomáticas - que atingem o corpo, mas
têm origem na mente -, que vão da gastrite a alguns tipos de câncer.
Não banalize o estresse
Ela alerta que é importante levar o problema a sério. "Hoje em dia, há uma
banalização do estresse. As pessoas que sofrem de estresse não tratam o problema
como deveriam. Por exemplo, o desânimo pode ser sinal de estresse. Mas quando
alguém está sem vontade de fazer nada, os outros logo falam que é preguiça. Para
muitos, estresse é frescura".
"Na realidade, estresse é um sinal de que as coisas não vão bem, de que é
necessário parar", acrescenta, ao lembrar o mito de que tirar férias pode
resolver tudo. "Se o estresse for somente físico, como o de um atleta cuja
rotina exige muito esforço físico, de fato, tirar férias ajuda. Mas se for
mental ou emocional, a pessoa pode estar no paraíso que não irá adiantar, pois
ela levará a mente e as emoções consigo."
A psicóloga ainda lembra que o fato de o indivíduo estar mental e emocionalmente
bem agora não significa que não irá apresentar sintomas de estresse. "Se a
pessoa passou anos estressada, ela pode apresentar sinais de estresse mais
tarde, quando já tiver se recuperado do problema."
Os tipos de estresse
De acordo com os especialistas, um pouco de estresse não faz mal a ninguém, uma
vez que existe um tipo da doença que é necessário, aquele que nos dá impulso
para realizarmos as tarefas e obtermos êxito. Mas além desse tipo, existem
outros três: o emocional, o mental e o físico.
A causa do estresse emocional quase sempre é bastante pontual, como a perda de
um ente querido, o fim de um relacionamento ou o fato de ter alguém da família
doente. Já o estresse mental diz respeito ao desgaste no dia-a-dia, à pressão no
trabalho, às horas perdidas no trânsito todo santo dia, às cobranças ou ao
excesso de informações, com as quais o profissional precisa aprender a lidar.
Solução
Uma forma de dar a volta por cima, mesmo sem dinheiro para buscar ajuda
profissional, é aprender técnicas de relaxamento e meditação, na opinião de
Olganir. "Meditar é uma forma de treinar a mente, mas, para isso, é necessário
ter disciplina. No livro, ensino algumas técnicas. Aliás, o livro é resultado de
anos de trabalho com pacientes que sofrem de estresse", revela.
No trânsito, o motorista pode colocar uma música tranqüila e tentar abstrair
aquela situação estressante. É possível fazer uma espécie de meditação, mesmo
estando dentro de um carro.
Já no trabalho, a dica é fazer pausas rápidas em algum lugar calmo. Um cantinho
especial para os funcionários relaxarem é realidade em muitas organizações
avançadas no quesito qualidade de vida, mas, se não é o caso da sua empresa,
encontre seu próprio cantinho, que pode ser na sala de café, em um jardim ou até
no banheiro.