Carreira / Emprego - Pesquisa inédita no Brasil revela quais são os perfis profissionais
A IDH (Instrumentos de Desenvolvimento Humano), que representa a Consulting
Psychologists Press, a Team Management Systems e a Birkman International Inc. no
Brasil, divulgou uma pesquisa sobre os perfis profissionais, no que se refere a
preferências de trabalho no contexto de uma equipe.
O estudo foi realizado com quase 152 mil pessoas, entre engenheiros, contadores,
gerentes de tecnologia da informação, professores, advogados, engenheiros de
software, gerentes de projeto, assistentes executivos, engenheiros de produção,
enfermeiros, cientistas, controladores de tráfego aéreo, químicos,
pesquisadores, bibliotecários, psicólogos, analistas financeiros, geólogos,
economistas e engenheiros elétricos.
Organizadores
A conclusão foi que a maior parte dos profissionais pesquisados apresentou o
perfil organizador como característica dominante, uma vez que 26% priorizam
ações de planejamento e definição de prazos e metas. Em segundo lugar, ficou o
perfil produtor, no qual os resultados são o foco.
"O foco nas funções organização, planejamento e execução é uma tendência no
mundo corporativo. São esses os quesitos mais valorizados nas empresas. Por
outro lado, há uma carência de algumas funções como manutenção, que está
relacionada à ética e à missão da empresa, o que impacta inclusive na
sobrevivência das organizações", afirma a diretora da IDH, Patrícia Próspero, ao
lembrar de grandes organizações - cujos funcionários falharam no quesito ética -
que acabaram fechando as portas.
Diferenças
O estudo apresentou o perfil dos profissionais de acordo com oito
características básicas de tipos de trabalho:
- Promoção - o modo como se vende uma idéia aos outros;
- Desenvolvimento - a maneira pela qual as idéias são modeladas e
estruturadas;
- Organização - a forma como as ações são planejadas para execução
e realização concreta de idéias;
- Produção - concentração de esforços no alcance de resultados;
- Inspeção - verificação das atividades para que os processos saiam
sem erros;
- Manutenção - estabelecimento de padrões para sustentar a
eficiência do trabalho;
- Consultoria - função relacionada à obtenção e ao fornecimento de
informações;
- Inovação - desafio ao modo como as coisas costumam ser feitas.
Patrícia conta ainda que há diferenças visíveis entre as profissões. "O
profissional de recursos humanos foca menos em planejamento e execução e mais em
funções como consultoria e manutenção. Não porque as ações do departamento de
recursos humanos não dêem resultados, mas porque eles prestam mais atenção a
questões subjetivas."
Já o advogado tem um enfoque na característica Inspeção acima da média, enquanto
os professores se utilizam mais da função Inovação. "Essa característica é mais
forte no advogado porque seu trabalho exige um poder de argumentação e
convencimento, o que não é possível quando há erros. Já um professor é capaz de
ensinar várias vezes a mesma coisa, ao longo da vida, mas cada vez de uma forma
diferente, pois ele está sempre em busca de metodologias melhores", explica.
Lição
O ideal é que o profissional equilibre as oito funções. Isso significa que, para
as empresas, é melhor que as pessoas não sejam focadas somente em planejamento e
execução, como também em funções como consultoria, manutenção, inovação e
inspeção. "O equilíbrio evita conflitos internos, desvalorização injusta de
profissionais com determinados perfis, ações precipitadas, falta de inovação e
de uma visão global", afirma a diretora.
Ela ressalta que a grande lição deixada pela pesquisa é a importância do
equilíbrio e do conhecimento, para o líder, das preferências de cada um. "Assim,
ele pode otimizar as tarefas e potencializar os resultados. Além disso, ao
entender os diferentes tipo de perfis profissionais, ele passa a respeitar o
próximo com muito mais facilidade", revela.
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