De acordo com pesquisa realizada pelo Hospital do Servidor Público Estadual,
ligado à Secretária da Saúde, 68% das 344 mulheres ouvidas não planejaram a
gravidez. A ginecologista e autora da pesquisa, Eliza Yoshiko Kochi Silva, disse
que os números comprovam que, apesar de toda a informação disponível, as
mulheres não se previnem.
Um dado que chamou a atenção foi o de que 90% das entrevistadas têm tempo de
estudo superior a oito anos e nível socioeconômico delas foi considerado bom.
"Esse indicador revela a importância de se adotar medidas de conscientização
sobre planejamento familiar".
Para a pesquisadora, mais grave ainda é o fato de muitas grávidas não estarem
preparadas para a maternidade e as mudanças decorrentes da gestação. A gravidez
pode ter acontecido sem planejamento, mas, a partir de agora, essa palavra deve
constar no seu dia-a-dia, principalmente no que diz respeito ao seu orçamento.
Antes do bebê: cuidado com os gastos!
Antes da chegada do bebê, existem alguns pontos a analisar, como o plano de
saúde. A escolha correta e a busca por informações podem diminuir as despesas
com parto, vacinas e consultas. Quanto você paga pelo plano e qual será a
mudança com o nascimento do bebê? O convênio aceita a inclusão de dependentes ou
os planos são individuais? Verifique os prazos de carência, se o casal já tem
direito à cobertura de parto, internação e exames específicos. Confira ainda se
a criança estará inclusa nestes prazos ou se estará sujeita a novas regras.
Outra despesa, que terá um valor maior, é com relação às condições da casa. Tem
espaço para mais uma pessoa? Pequenas reformas ou uma possível mudança
impactarão em seu bolso. Por isso, pense bem antes de tomar a decisão e de
comprar por impulso itens espaçosos, como carrinho de passeio, bebê-conforto,
banheira e trocador, por exemplo.
Além do espaço para guardá-los, você precisará se organizar para adquirir estes
produtos, o que significa despesa extra! Portanto, mesmo com a ajuda dos avós,
padrinhos e tios, que não deve ser pouca, você terá de arcar com algumas
alterações no seu bolso. Controle os gastos!
Orçamento em dia
Com relação ao orçamento, inicie com a organização, escolhendo um local para
guardar suas contas. Depois disso, some quanto gasta por mês. Caso seja muito
abaixo do seu salário, conseguirá lidar com a situação melhor do que pensava.
Agora, é hora de pensar nas dívidas. Se as têm, é melhor quitar o quanto antes.
Se o salário não dá para as despesas mensais, esse é o momento de pensar em
alternativas. Cortar gastos extras e rever certos costumes pode gerar uma
economia suficiente para acertar suas contas.
E depois?
Alguém desavisado poderá achar que criar um bebê, no início, não
representará muitos custos, já que dependerá apenas do leite materno e os gastos
estarão mais relacionados à compra de fraldas. Mas não é bem assim! Além dos
pacotes e pacotes do produto, caso opte pelo descartável, são necessários
remédios, vitaminas, vacinas e, em alguns casos, muito leite em pó.
Com a chegada do "herdeiro", esses e outros itens integrarão sua lista de
compras e serão sua prioridade por um certo tempo. Depois da gravidez, pode ser
que a capacidade de fazer dinheiro diminua, com o afastamento do trabalho. Por
isso, não deixe de fazer uma tabela com os gastos e as receitas. "Não perca de
vista para onde o seu dinheiro está indo".
De acordo com a consultora financeira Eliana Bussinger, o orçamento deve ser
dinâmico após o nascimento do bebê, porque o que é essencial em um mês pode não
ser no outro. "É preciso colocar uma coluna do futuro, de previsões de gastos
com roupinhas, escola, viagens, lazer, alimentação, para ter uma noção de quanto
será o gasto e correr atrás do dinheiro".