De um lado “um palco”, artistas, vozes altas, mobilidade, participação e foco
nas emoções. Do outro, cadeiras, computadores, repartições, gráficos,
resultados, planilhas e orçamentos. Parecem mundos distantes, mas conciliar
essas realidades, e mostrar no que uma pode ajudar a outra é o que propõe, há
cerca de nove anos, a companhia O Teatro Empresa.
Trata-se de uma proposta diferente de treinamento, palestra, comunicação,
campanhas ou intervenções. Em vez de tradicionais palestras, reuniões ou
simpósios, o grupo propõe apresentações, esquetes e performances para trazer
para a realidade de colaboradores assuntos que estão na sua rotina.
Funciona assim: o Teatro Empresa é procurado - por meio de seus anúncios,
ações de marketing ou indicações de outras empresas, público e funcionários que
já conhecem o trabalho da companhia - e avalia o que determinada empresa está
buscando, levando em conta aspectos como tempo, proposta, expectativa. “A partir
daí, nós otimizamos os projetos, e olhamos dentro das diferentes ideias que nós
temos o que podemos oferecer para determinado público: mímica, circo, teatro,
esquetes, etc. O que a gente adapta é o conteúdo, abordando temas que estão na
pauta do convívio, integração da empresa, trabalhando com as necessidades de
cada companhia”, revela o diretor artístico da empresa, Richard Santos.
Entre os temas abordados em cenas e quadros cômicos, estão meio ambiente,
motivação, marketing cultural além de eventos de confraternização e lançamentos
de campanhas corporativas. Segundo Santos, o sistema de teatro para empresas
está crescendo muito nos últimos anos. “E podemos perceber isso através de um
fator chave. Já há muitos concorrentes surgindo neste mercado, e com demanda
para todos. A diferença é que essa proposta é menos baseada na matéria, valores
e números e mais nas pessoas, emoções e sensações, e é isso que efetivamente
mobiliza o público”, analisa.
Quem já acompanhou uma apresentação do Teatro Empresa, pode repetir a
experiência sem o temor de ver algo repetido. “Nós propomos soluções de acordo
com cada experiência, primamos pela linguagem diferente, e não temos um padrão
engessado. Vamos com um roteiro, mas em cima do roteiro, trabalhamos
flexibilizando o trabalho de acordo com o público. É como um jogo de xadrez”,
compara o diretor artístico da companhia.
Richard Santos acredita que a boa aceitação do público corporativo às
apresentações de teatro tem uma explicação bem básica: “o que fazemos leva para
o público uma reflexão real, eles se sentem parte daqui, provocamos a expressão,
a interação, despertamos outros sentidos e emoções que uma simples palestra ou
evento convencional”.
Ele acrescenta ainda que não se trata de uma mera ocasião informal para
descontrair funcionários ou ser um evento engraçado. “Temos o compromisso de
passar uma informação para o funcionário, algo que esclareça ou acrescente
dentro da sua rotina de trabalho”, conclui o diretor artístico da companhia.