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Dívidas / Endividado ? - Gastou demais? Ponha as contas em dia 

Data: 03/01/2008

 
 
Conselho é pagar primeiro as que têm maior taxa de juros e parcelar as que não dão desconto no pagamento à vista

QUEILA ARIADNE

Comece o ano sem dívidas. O conselho é bom, mas para quem já gastou além da conta no Natal, é tarde demais. Se não deu para planejar os gastos, o jeito agora é remediar planejando o pagamento das dívidas. Segundo o especialista em finanças pessoais Paulo Adriano Freitas Borges, com um pouco de organização é possível ir pagando os débitos. "É uma questão de estabelecer prioridades.

Pagar primeiro aquelas que têm maiores taxas de juros e parcelar as que não oferecem descontos em pagamento à vista", aconselha o consultor, que também é gerente do banco Semear. Cartão e cheque especial estourados com presentes. IPVA e IPTU pela frente. Matrícula escolar, uniforme e, para piorar, as contas convencionais de água, luz, telefone, condomínio etc. Se você se enquadra nessa situação crítica, o melhor é priorizar o cartão de crédito, que tem os maiores juros.

De acordo com o Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis (Ipead), a taxa mensal é de 11,2%. "Nenhum juro vai superar o do cartão, então fique livre dessa despesa o mais rápido possível. Não pague apenas o valor mínimo, pois os juros vão continuar incidindo e fazendo a dívida crescer", aconselha Borges.

Atraso consciente
Como o momento é de escolhas, o consultor orienta a deixar as contas de casa para depois. "As concessionárias de energia, água e telefone só cortam depois do segundo mês em atraso. Então, apenas nessa hora de sufoco, priorize débitos que têm juros mais salgados", destaca, lembrando que mesmo assim o consumidor terá uma multa de 2% para pagar junto com as contas no mês seguinte.

Infelizmente, afirma Borges, o consumidor terá que perder os descontos oferecidos para o pagamento à vista do IPTU e do IPVA. "No caso do IPVA, este desconto é de 3%. Se há muitas outras despesas, parcele o imposto em três vezes." Mas não é hora de fazer uma dívida para pagar outras. Portanto, ressalta Borges, não pegue empréstimos.

Se essa for a última opção, tente conseguir o dinheiro com familiares ou amigos. "Se isso não for possível, prefira o Crédito Direto ao Consumidor (CDC)." Enquanto a taxa do CDC é de aproximadamente 4,8% ao mês, a do cheque especial é de 7,68% e a de financeiras chega a 12%.

Solução é planejar e economizar
Para gastar hoje, tem que pensar no dia de amanhã. O especialista em finanças pessoais Paulo Adriano Freitas Borges alerta: não há fórmula milagrosa para as dívidas, a solução está no planejamento. “O ideal é manter uma economia equivalente a seis meses de despesas fixas.

Dessa forma, em caso de perda de emprego ou outro imprevisto, a pessoa conseguirá sobreviver até se recuperar”, afirma. Independentemente da classe econômica, a principal dica para planejar a vida financeira é aprender a economizar.

Para as classes A e B, afirma Borges, que têm mais possibilidades de sobras no orçamento, o conselho é dedicar um tempo à educação financeira. “Elas precisam aprender mais sobre as opções de investimento, mercado de ações e entender que é possível ter uma renda adicional além do salário”, orienta.

Apertar o cinto
Já para a classe C, que não tem tanto dinheiro sobrando assim, o mais seguro é frear os gastos. “O segredo é não matar a galinha dos ovos de ouro. Primeiro elas têm que guardar um pouco do que ganham e aplicar, para depois usar os lucros do investimento.” Para as classes D e E – as mais vulneráveis ao bombardeio da oferta de crédito –, a dica é fugir dos juros.

“Esse público precisa aprender a viver com o que realmente ganha, sem agregar o limite do cheque especial ao salário e sem pegar empréstimos”, afirma Borges. Para o consultor, o maior erro dos consumidores é a mania de achar que se as prestações cabem no orçamento, não tem problema fazer dívidas. “Se elas fizessem um esforço para pagar em menos vezes, veriam o quanto de juros deixariam de pagar.”

Uma geladeira de R$ 1.000, por exemplo, parcelada em 20 vezes com juros de 4% ao mês, daria uma parcela de R$ 73,58. Ao final, a compra sairia por R$ 1.471,54, segundo cálculos do consultor. “Se a pessoa abrir mão de outras coisas, como lazer, e pagar em quatro vezes de R$ 250, ficará quatro meses apertada, mas vai deixar de pagar praticamente meia geladeira de juros”, alerta. (QA)


 
Referência: patrociniohoje.com.br
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