Consumidor - Crédito farto e inflação controlada: brasileiros adotam novo estilo de vida
Se, no passado, era difícil pensar na compra de produtos com grande número de
prestações e juros baixos, hoje já é possível, e com a inflação controlada.
Graças ao impulso do crédito e a retenção das altas dos preços, os brasileiros
mudam o estilo de vida, nunca antes experimentado.
"A população brasileira pode ter maior acesso à propriedade e a produtos de
consumo duráveis, como automóveis e refrigeradores", disse Eric Conrads, CIEO do
maior fundo de pensão do Chile. Dados do Secovi-SP (Sindicato da Habitação)
mostram a realidade do maior acesso à propriedade. Num passado recente, a
disponibilidade de recursos de crédito era de apenas R$ 2,2 bilhões. Neste ano,
porém, será na ordem de R$ 18 bilhões.
Segundo o presidente da Nielsen na Europa, Patrick Dodd, os consumidores estão
aproveitando o forte período de crescimento da economia há alguns anos. "Os
brasileiros têm muitas razões para estarem otimistas. A moeda do país, o Real,
valorizou 21% nos últimos doze meses, a produção da indústria está no maior
patamar dos últimos anos e a inflação está estável", afirmou.
Consumo
Para se ter uma idéia, dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística) mostram que, no terceiro trimestre deste ano, as famílias
brasileiras consumiram R$ 390,6 bilhões - 6% a mais do que no mesmo período do
ano passado -, marcando o 16º crescimento consecutivo na taxa nessa base
comparativa.
"O impulso para a demanda vem de um mercado de trabalho bom, condições de
créditos excelentes e gastos fiscais expansivos. Inflação e taxas de juros
baixas vão contribuir para manter um bom desempenho do consumidor. Além disso, o
país pode receber a classificação de investment grade em 2008", afirmou Conrads.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a taxa
de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do País, no décimo
primeiro mês do ano, foi de 8,2%, recuando 0,5 p.p. em relação a outubro (8,7%),
3,8 p.p. em relação a novembro de 2006 (9,5%) e registrando o menor percentual
da série histórica, iniciada em março de 2002.
Baixa renda
Baseado na pesquisa Global Online Consumer Confidence, da Nielsen, Conrads
afirmou que os brasileiros estão incluídos nos 13% dos consumidores globais que
afirmaram que não têm nenhum dinheiro "extra" depois do pagamento das contas
básicas de suas residências. "Principalmente consumidores de classe econômica
mais baixa", afirmou.
Outros 47% disseram que não estão em uma boa fase para comprar o que querem e
que precisarão de cautela para os gastos dos próximos 12 meses.
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