Receber clientes estrangeiros ou de outros estados e acompanhá-los em
passeios são práticas usuais. Com isso, se espera fidelizar o cliente e fomentar
o relacionamento entre as duas empresas. Entretanto, é preciso tomar alguns
cuidados para não arruinar o andamento dos negócios. O aviso é da especialista
em gestão de pessoas e diretora da Cliv Solution Group, Angela Mota Sardelli.
Essa precaução começa pela escolha do lugar para o encontro. "Estrangeiros
apreciam a gastronomia brasileira e amam a caipirinha. Os japoneses, por
exemplo, adoram churrascarias. Enfim, bons restaurantes, com música ao vivo,
bares charmosos, e shows, preferencialmente de MPB, são boas opções", afirma a
especialista.
Outra idéia é mostrar um pouco do Brasil, visitar pontos turísticos, museus,
parques ou, se houver tempo, viajar para o litoral em um final de semana.
"Mostrar praias bonitas e nossa cultura são idéias ótimas", analisa. "O
importante é que o profissional não se esqueça que irá ser um tutor do cliente,
por isso não pode levá-lo a locais com pouca segurança, e deve orientar sobre
bebidas. É lógico, proibir não dá. Mas, com jogo de cintura, é preciso alertar
sobre os riscos de beber demais." A preocupação não é à toa. Se a pessoa se
acidentar, existe a possibilidade da empresa ser culpada.
O que falar
Mesmo em um passeio de final de semana, os estrangeiros, em especial os
americanos, são muito focados nos negócios. Angela recomenda, portanto, não ter
uma conversa muito informal, e nunca, em hipótese alguma, discutir religião ou
política, falar mal da empresa, dos concorrentes, dos fornecedores, de outros
clientes, da área de atuação ou do País.
"Se conduzir a conversa na direção de assuntos polêmicos, o profissional perde o
fio da meada, quando o foco deveria ser 'business'. Além disso, falar da família
é permitido, mas o mínimo. É uma questão de bom senso também não perguntar ao
cliente se é casado e tem filhos, apenas se ele mencionar algo sobre isso", diz
a diretora da Cliv Solution Group. "Para o latino, pode até ser normal falar da
família, mas, por exemplo, para os árabes, é uma ofensa", acrescenta.
Os assuntos desagradáveis à mesa também devem ser evitados. Isso significa que
falar de morte e doenças ou reclamar dos inúmeros assaltos e seqüestros que
acontecem no Brasil está proibido. "Por outro lado, bom humor e simpatia são
fundamentais", sublinha.
Como agir
Outra questão vital é a pontualidade. Japoneses e europeus, no geral, não
gostam de atrasos. E não importa a desculpa. Já levar convidados, como a esposa
ou o marido, o filho mais velho, o amigo, é permitido somente se o cliente levar
convidados também. Do contrário, deve-se convidar no máximo algum colega da
mesma área da empresa.