Crianças e adolescentes estão cada vez mais preocupados com o futuro,
principalmente no que diz respeito às finanças.
De acordo com a Bovespa, em julho deste ano, a maior concentração de
investidores estava na faixa etária entre 21 e 30 anos, que somavam, na época,
66.234. Apesar disso, um crescimento considerável se deu na faixa entre 11 e 20
anos, que passou de 18.359 para 54.159 de janeiro de 2005 a julho de 2007.
Futuros investidores
De acordo com o superintendente da Ancor (Associação Nacional das Corretoras
de Valores, Câmbio e Mercadorias), Gilberto Biojone, quanto mais cedo tiverem
contato com o mundo dos investimentos, mais fácil essas crianças se tornarão
investidoras no futuro.
"Na década de 90, a Bovespa tinha um programa chamado Bovespa Criança, que tinha
o objetivo de mostrar o funcionamento do pregão, na época viva-voz, para
estudantes do ensino fundamental", lembra Biojone. "Hoje, tenho certeza que
aquelas crianças são jovens investidores, na faixa dos 20 e poucos anos",
imagina.
Biojone cita, ainda, a tecnologia como grande aliada na iniciação destes jovens
no mercado. Segundo ele, o home broker facilita muito, pois só é possível operar
o dinheiro que tem na conta e, além disso, a geração internet está mais do que
familiarizada com operações via rede.
"O sucesso nesta etapa pode inserir definitivamente a pessoa no mercado",
afirma. "Como é um início, é importante que seja bem-feito, com uma assessoria",
indica Biojone.
Só para menores
De olho neste público, a corretora Coinvalores lançou, em novembro de 2000,
o Coinvalores Kids, um fundo de investimentos exclusivo para pessoas físicas
menores de 18 anos.
De acordo com a gerente de mesa de Investimentos, Clubes e Fundos da corretora,
Jussara Pacheco, esse tipo de produto ensina a criança a poupar e a dar valor ao
dinheiro.
Além disso, segundo Jussara, como as crianças têm mais tempo para arriscar, o
fundo é mais atrativo do que a poupança. "Não posso comparar a rentabilidade de
cada um, pois são investimentos distintos, mas só para dar um exemplo, enquanto
o Fundo já acumulado uma rentabilidade de 41,65% em 2007, a poupança teve
rendimento de 5,87% no mesmo período", mostra Jussara.
Vida feliz
Na mesma linha, a Spinelli Corretora de Valores Mobiliários e Câmbio
anunciou, nas últimas semanas, a transformação do primeiro clube de
investimentos voltado para crianças no Vida Feliz Fundo de Investimento em
Ações. A mudança possibilitará a um número maior de crianças e jovens, entre 0 e
16 anos, aportarem no mercado de ações.
De acordo com o diretor da instituição, Nelson Spinelli Neto, a corretora
colabora para a educação de pais e crianças na formação de uma cultura de
investimentos em bolsa desde a infância. "É muito importante aprender a investir
a longo prazo de acordo com o objetivo a ser alcançado, sempre voltado ao
patrimônio no futuro", ressalta.
Cálculos da instituição apontam que, em dez anos, um fundo de investimento pode
render aproximadamente 9,5 vezes mais do que a poupança. "Os pais podem aplicar
o dinheiro, criando reservas para uma viagem de intercâmbio ou para o pagamento
de uma faculdade".
Dia das crianças
Segundo Jussara Pacheco, é cada vez mais comum ver as próprias crianças
trocarem os presentes das datas especiais, ou parte da mesada, por aportes. "O
extrato do fundo é enviado mensalmente no nome da criança, que passa a controlar
e a valorizar o investimento", revela Jussara.
É mais uma forma de comparar e mostrar que, aquele brinquedo caro, que dá uma
imensa alegria hoje, amanhã praticamente não tem valor. Ao passo que comprar um
item mais barato e investir o valor economizado, pode fazer "o dinheiro
crescer".
Diante disso, que tal repensar o presente do próximo 12 de outubro?