Para reter e atrair os talentos, as organizações têm procurado cada vez mais
manter um clima organizacional agradável. E dentro da proposta de estimular a
motivação das equipes, a oferta de benefícios tem se destacado como uma
ferramenta de fortalecimento na relação empresa-colaborador. Mas quem imagina
que isso é apenas um privilégio das grandes e médias corporações, não está
observando atentamente o que vem ocorrendo no mercado. Hoje, oferecer atrativos
também se tornou uma estratégia para as pequenas empresas. Esse é o caso da
Sadig - uma empresa gaúcha que volta seus serviços para sistemas de informação.
A Sadig com sede em Montenegro, no Rio Grande do Sul, foi fundada há 19 anos.
Desenvolve metodologias, produtos e serviços que geram e distribuem informações
para apoio às decisões nos níveis estratégicos, táticos e operacionais das
empresas. Conta com cerca de 450 clientes em todo o Brasil e 40 parceiros em
oito Estados. Entre os clientes da Sadig, encontram-se: Florestal, Vulcan, Lojas
Gang, GBOEX, Dellano, Netrella, Soprano, Penalty, Petrobras, Seven-Boys e
Unimeds. Atualmente, a organização conta com 25 colaboradores.
Segundo Moacir Pogorelsky, presidente da Sadig, a preocupação em oferecer
benefícios aos colaboradores sempre foi uma constante. Quando a empresa dá ao
funcionário melhores condições que influenciam o trabalho e a qualidade de vida,
continua ele, o profissional se sente mais motivado e isso, conseqüentemente,
reflete na qualidade do serviço prestado ao cliente. "Se oferecemos benefícios
aos nossos colaboradores, é improvável que nossos talentos humanos procurem
outras alternativas de trabalho", complementa.
Todos os colaboradores da empresa recebem benefícios. No entanto, vale
ressaltar que a oferta varia de acordo com a função que cada um exerce. Na lista
de benefícios da Sadig, encontram-se: plano de saúde (10%), seguro de vida (0%),
vale transporte (5%), auxílio combustível (5%), auxílio refeição (5%), auxílio
supermercado (5%), programa de auxílio financeiro (taxa de juros bem inferior às
do mercado), previdência privada (em estudo) e PLR (Participação nos Lucros e
Resultados). Esse último, adotado a partir de 2004, tem despertado muito o
interesse dos colaboradores, visto que existem três situações distintas para a
remuneração variável.
No primeiro caso, a PLR é calculada com base em uma tabela que determina
quantas remunerações mensais adicionais o colaborador receberá, dependendo do
percentual atingido e da superação de suas metas anuais:
* 80% da meta anual - 0,5RM (remuneração mensal);
*100% da meta anual - 1RM;
*140% da meta anual - 1,5RM;
* 180% da meta anual - 2RM.
Para as outras duas bases da PLR, Moacir Pogorelsky explica que existe um
cálculo, onde mensalmente um percentual determinado das receitas relativas aos
projetos especiais é distribuído aos colaboradores. Para isso existe uma tabela
de rateio, cujos percentuais são variáveis e definidos pela diretoria conforme
importância relativa do cargo. "Numa terceira alternativa, mensalmente, um
percentual que é determinado das receitas relativas às licenças de software é
distribuído aos colaboradores, também de acordo com a mesma tabela de rateio",
complementa o presidente da Sadig. Vale ressaltar que esses valores são
considerados disponíveis para distribuição, depois de serem efetivamente
recebidos, ou seja, encontrarem-se em regime de caixa.
Quando questionado se antes de adotar a política de benefícios, a empresa
realizou alguma pesquisa no mercado, Moacir afirma que a organização fez apenas
estudos internos. Para saber se a oferta está sendo compatível com o mercado,
ele ressalta que semestralmente a empresa faz uma revisão em relação aos
parâmetros estabelecidos quando da implantação do benefício. "Avaliamos o valor
de uma refeição para uma pessoa, no centro de Porto Alegre, incluindo bebida e
sobremesa", exemplifica.
Sobre a receptividade dos funcionários em relação ao pacote de benefícios, o
presidente da empresa afirma que, no geral, tem sido bem positiva. No entanto,
ele alerta que sempre existem questionamentos e comparações dos colaboradores em
relação uns aos outros. "Isso é natural nas relações humanas", pondera ao
finalizar que o segredo do sucesso das empresas está cada vez mais assentado no
grupo de pessoas que as compõem e que todos os colaboradores precisam fazer
parte da massa pensante da organização.