O Plano de Negócios (PN) é a principal ferramenta de gestão do empreendedor.
Eu digo ferramenta, pois auxilia o empreendedor a estruturar, de forma escrita,
seus pensamentos, visões, estratégias, alocação de recursos, enfim, a definir o
caminho a seguir. Existem muitas formas de se desenvolver um PN e também existem
muitas estruturas possíveis. Porém, ao analisar um PN este documento deve
propiciar ao leitor respostas razoáveis e objetivas sobre determinadas áreas de
um negócio, a saber: o modelo de negócios e a oportunidade; o mercado-alvo e
análise de competidores; a estratégia de marketing e a projeção de vendas; a
composição da equipe; os produtos e serviços e suas vantagens competitivas; a
estrutura e os processos de negócio; índices e projeções financeiras e, caso se
aplique, a descrição dos termos de negociação com eventuais investidores.
Assim, ao analisar um PN, essas são as seções mais importantes que deverão
estar estruturadas de forma coesa, simples, mas que levem ao leitor a essência
de seu negócio e seus diferenciais. Eu costumo analisar um PN partindo de
questões essenciais: Qual o mercado-alvo? Qual a oportunidade identificada neste
mercado?. Procuro identificar se o autor do PN realmente identificou um nicho de
mercado pouco explorado e/ou se está propondo algo inovador e que represente
realmente uma oportunidade.
Após está análise inicial, foco minha atenção na composição da equipe: Como
está estruturado o time? Qual a experiência de cada pessoa na equipe? O que elas
já fizeram no passado? Porque são as pessoas mais adequadas para gerir este
negócio? O time está completo? Caso não esteja, há uma clara estratégia para
complementar o time?. São várias questões que podem ser respondidas em poucos
parágrafos ao analisar o perfil dos responsáveis pelo negócio.
Em uma terceira etapa, procuro entender as necessidades de recursos do
negócio, as projeções financeiras e as reais perspectivas de retorno. Analiso as
projeções de vendas e as premissas utilizadas pela equipe, sua consistência e se
os números são atrativos (se o retorno proporcionado pelo negócio se mostra
atraente o suficiente comparando-se com demais alternativas de investimento
existentes no mercado). Neste momento, há a necessidade de se analisar também os
riscos e os cenários que levarão a um melhor resultado ou não para o negócio.
Só depois destes três passos iniciais eu passo a analisar as demais seções do
PN e sua aderência ao conceito do negócio. Às vezes, um PN que parece bem
estruturado não traz nada muito inovador ao mercado e, por isso, nem sempre se
mostra atrativo. O contrário também se aplica: uma proposta de negócio muito
inovadora, porém mal estruturada, não permite que o leitor se interesse pela
empresa . Há vários outros aspectos importantes que não podem ser esquecidos ao
se analisar um PN.