Antes de aceitar a ajuda de custo da empresa para fazer pós-graduação ou um
curso de MBA (Master Business Administration), há muitas variáveis a serem
consideradas, de acordo com o diretor de Vendas e Operações do Monster Brasil,
Rodolfo Ohl. Em primeiro lugar, saiba que, se a empresa está investindo em
treinamento para o profissional, significa que ela está satisfeita com o
desempenho dele e vê um futuro para ele na organização. Certamente, é uma
iniciativa a ser comemorada!
Mas existem pontos delicados na questão. Geralmente, ao pagar uma parcela do
custo da pós-graduação, a empresa formula um contrato a ser celebrado junto ao
funcionário, prevendo a permanência deste na organização por um dado período.
Por exemplo, algumas empresas exigem permanência de dois anos após o término do
curso.
Ohl explica que as organizações fazem isso porque se preocupam em ter o retorno
do que investiram, bem como temem perder seus talentos para a concorrência.
O problema é: e se nesse período surgir aquela oportunidade com a qual você
sonhava desde os tempos de faculdade? De repente, a empresa dos seus sonhos
tenta contratá-lo, ou mesmo lhe é ofertado um salário muito maior por outra
organização. O que fazer?
Aceitar ou não aceitar?
Para Ohl, a solução do embate passa por autoconhecimento e entendimento do que o
profissional deseja para si. "Antes de aceitar a ajuda de custo, é preciso ter
certeza de que deseja trabalhar naquele lugar nos próximos anos", explica.
No entanto, ele diz que, mesmo após ter assinado o contrato, o direito de ir e
vir do profissional é garantido. Ninguém pode obrigá-lo a ficar em um lugar que
não deseja. "Se ele aceitar a ajuda de custo e, no meio do curso, ou mesmo ao
término deste, decidir mudar de emprego, é provável que tenha de ressarcir a
empresa, devolvendo o dinheiro investido por esta. O importante é arcar com as
consequências daquilo que havia sido acordado", afirma o especialista em
Carreira.
Ajuda não é prêmio, e implica mais cobrança
Além disso, o funcionário não deve enxergar a ajuda de custo como um prêmio. A
verdade é que a empresa não fez pura caridade ao pagar parte da mensalidade do
curso, ou mesmo seu valor integral. O empresário quer ver o dinheiro investido
voltar para o caixa da empresa. É provável que, na ânsia por aumentar o lucro da
empresa, ele tenha percebido que, para faturar mais, era necessário suprir
deficiências de funcionários em posições estratégicas, desenvolvendo suas
competências.
Por isso, ao aceitar a ajuda de custo, espere pelo aumento da pressão por
resultados. "O profissional será mais cobrado porque o chefe irá partir do
princípio de que ele está mais preparado", enfatiza Ohl.
Resumo da ópera: pense bem antes de aceitar a ajuda. Caso já tenha aceitado,
sempre avalie seu nível de satisfação no emprego, e não se sinta "preso" à
organização. Agora, se seu objetivo for crescer na empresa, aproveite seu curso
ao máximo, bem como dê seu melhor no dia a dia do trabalho.