Economizar / Poupar - Poupe para comprar: Parcelamento gera aperto no futuro
A idéia central da boa administração das finanças pessoais é: “Não compre a
prestação! Junte o dinheiro para depois pagar à vista”, afirma o especialista
Marcos Paschoarelli. De acordo com ele, quando compramos em parcelas, cometemos
dois erros graves. Primeiro, aumentamos os gastos fixos mensais por conta da
prestação. “Ter gastos todo mês vai tirar seu fôlego, porque, antes mesmo de o
próximo mês começar, parte considerável do seu salário já estará comprometida”,
diz.
Segundo, porque você acaba pagando duas, três ou até quatro vezes o preço do
produto porque os juros são muito elevados. “Quando o assunto é financiamento
não existe milagre. Todo e qualquer parcelamento tem juros. Lojas que anunciam
vendas a prazo por preço de à vista estão mentindo”, alerta o especialista.
Para facilitar a compreensão, Paschoarelli dá o seguinte exemplo: determinada
loja anuncia uma televisão à vista por R$ 839,00 ou em 24 prestações sem
entrada, no carnê, de R$ 65,90, totalizando R$ 1.581,60. Ou seja, quase o dobro
do valor do bem. “Neste caso, não é difícil enxergar que o preço da televisão é
o primeiro e não o segundo”, fala.
“Crédito é um produto. Parcelando, você está adquirindo dois produtos: um é a
mercadoria, o outro é o financiamento”, esclarece. Conforme Paschoarelli, se o
consumidor não tem o dinheiro na mão para pagar à vista, a solução é não ter
pressa, evitando ficar amarrado por dois anos a uma prestação que vai somar às
outras que já tem. “ O ideal é começar a economizar R$ 65,90 todo mês, na
caderneta de poupança, com o objetivo de comprar a televisão”, orienta.
De acordo com ele, antes mesmo de completar os 24 meses previsto pelo
financiamento, o consumidor já terá o dinheiro para comprar o produto à vista e
pechinchar para obter o melhor preço.
“Projetando a evolução da caderneta de poupança para os 24 meses que seriam do
financiamento, no fim do período teremos R$ 1.695,69. Porém, com 13 meses, o
valor aplicado será de R$ 888,23, já sendo possível comprar o bem”, demonstra.
“Portanto, é como diz o ditado: o apressado come cru! Com o dinheiro que ele
pagaria pela televisão, financiada, dá ainda para comprar outros bens”, conclui.
Assim, a dica é: estabelecer prioridades e definir, o que ele chama de “lista do
desejo”. “Esse é um excelente método para programar a compra dos bens que
desejamos ter e não podemos comprar de uma só vez”, ensina. “Ainda que não seja
a atitude mais recomendável, se você for comprar a prazo, só entre no
financiamento de um outro produto apenas quando quitar o que já está pagando”,
ensina Paschoarelli. (ADJ)
Referência:
diariodonordeste.globo.com
|
|
|