Aposentadoria - Fundos de previdência: faça as escolhas certas e aumente seus ganhos
Cada vez mais quem procura por fundos de investimento com boas perspectivas no
longo prazo opta pelos fundos de previdência, sobretudo devido aos benefícios
fiscais que este tipo de aplicação oferece. No momento de escolher em qual plano
de previdência investir seus recursos, determinadas opções podem influenciar
diretamente nos ganhos futuros que esta aplicação trará ao investidor.
A primeira escolha a ser feita é qual tipo de fundo de previdência mais se
alinha às necessidades do investidor: PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) ou
VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre).
De maneira geral, a principal diferença entre ambos é a tributação no resgate do
principal. Enquanto nos fundos do tipo PGBL, o Imposto de Renda (IR) recolhido
na hora de sacar os recursos do fundo incide sobre o principal (montante
inicialmente aplicado mais rentabilidade), nos fundos do tipo VGBL a incidência
do IR se restringe à rentabilidade acumulado no período investido.
Qual plano escolher: PGBL ou VGBL?
Suponha que sejam investidos R$ 10 mil em cada um destes tipos de fundo de
previdência e que, após dez anos, ambos apresentaram a mesma rentabilidade e
agora possuem, cada, patrimônio líquido de R$ 20 mil. No resgate do principal,
incidirá sobre o fundo PGBL imposto de renda sobre R$ 20 mil, enquanto, no fundo
VGBL, o IR recolhido terá por base de cálculo R$ 10 mil, ou seja, a
rentabilidade acumulada pelo fundo neste período.
Apesar de a base de cálculo do PGBL ser maior, quem opta por este fundo pode
deduzir o montante investido da base de cálculo de seu IR anual, limitado a 12%
dos rendimentos tributáveis. Por exemplo, uma pessoa que, ao final de
determinado ano, tem R$ 100 mil em rendimentos tributáveis em seu IR, pode
deduzir seus investimentos em PGBL desta base de cálculo até o limite de 12% dos
rendimentos tributáveis (ou seja, até R$ 12 mil).
Assim, neste mesmo exemplo, o investidor que aplicou R$ 10 mil ao longo do ano
em PGBL terá sua base de cálculo de imposto de renda reduzida de R$ 100 mil para
R$ 90 mil. Já quem aplicou mais do que R$ 12 mil (valor equivalente a 12% dos R$
100 mil tributáveis) terá a base de cálculo reduzida ao limite de R$ 88 mil.
A recomendação geral é que pessoas isentas do recolhimento anual do Imposto de
Renda optem por planos do tipo VGBL. Para aqueles que obtêm maiores vantagens
com o plano PGBL, José Luis Pelaes Pinheiro, gerente de fundos de previdência da
Caixa Vida e Previdência, recomenda que o montante abatido da base de cálculo do
IR seja reinvestido.
2ª escolha: regime de tributação
A segunda decisão que o investidor que busca maximizar os ganhos de seu plano de
previdência tem que tomar é o regime tributário que será aplicado no fundo:
progressivo ou regressivo.
Pelo regime progressivo, no momento do resgate do principal, o investidor será
tributado de acordo com a tabela do Imposto de Renda. Ou seja, o percentual que
será recolhido a título de IR será equivalente à faixa na qual o principal do
fundo de previdência que está sendo resgatado se enquadra.
Já o regime regressivo estabelece IR de 35% se o resgate for feito antes de dois
anos de aplicação. A cada dois anos, este percentual é reduzido em 5
pontos-base, até o piso de 10% (atingido após 10 anos de aplicação). Renato
Tenze, analista de fundos de investimento do HSBC, sugere que as pessoas que
planejam deixar seus recursos aplicados no fundo de previdência por longo espaço
de tempo optem pelo regime regressivo.
3ª escolha: fundo que se enquadre no perfil do investidor
Após escolher os tipos de plano de previdência e de regime de tributação que
mais lhe trazem benefícios, o investidor deve avaliar qual categoria de plano de
previdência mais se adapta a seu perfil de risco e às suas perspectivas de
ganhos.
A tabela abaixo lista a rentabilidade acumulada em 2007 pelas sete categorias de
fundos de previdência listadas pela Anbid (Associação Nacional dos Bancos de
Investimento). Pode-se observar que, de maneira geral, os fundos que apresentam
maior rentabilidade são aqueles atrelados à renda variável, ou seja, com maior
exposição ao risco.
Para Renato Tenze, com as escolhas certas, no longo prazo os fundos de
previdência apresentam desempenho superior aos fundos de investimentos
tradicionais.
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