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Finanças pessoais - Consultores financeiros mostram como tornar seu sonho real em 2008 

Data: 02/01/2008

 
 
Três consultores analisaram para o G1 os planos de três pessoas para o próximo ano. Confira as sugestões e aproveite as dicas para fazer seu próprio planejamento.

Laura Naime Do G1, em São Paulo
 

Reportagem que prestamos ao jornal G1
Clique aqui para ver o link original do artigo.

 

Quando o relógio marcar meia-noite no próximo dia 31, muita gente estará pensando nos planos para o próximo ano: comprar uma casa, montar um negócio, fazer uma viagem. 

São sonhos que custam caro, mas que podem virar realidade. Para isso, um bom planejamento financeiro costuma ser mais eficiente do que pular sete ondas ou virar o ano de roupa amarela. 

O G1 apresentou a especialistas em finanças pessoais os planos de três pessoas que têm grandes sonhos para 2008. Confira as sugestões e aproveite as dicas.  

 Casa própria

Daniel Frederico de Moura pretende comprar uma casa com a namorada, Ana, até o final do ano. A meta é adquirir um imóvel de R$ 150 mil e quitá-lo em até oito anos.

Sem saldo na conta do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o consultor de turismo tem R$ 50 mil, mas gostaria de usar apenas R$ 30 mil na entrada do imóvel, para manter uma reserva de emergência.

Apesar de ter renda variável, ele estima que terá, junto com a namorada, R$ 1,5 mil disponíveis mensalmente para pagar um financiamento. "Isso sem fazer esforço", diz. "Não temos contas fixas pesadas, apenas gastos com celular, com carro".

Os bens dos dois são um carro de R$ 30 mil, ainda não quitado, e parte de um imóvel, que Daniel está tentando alugar ou vender. "Se for alugado, rende cerca de R$ 300 mensais", diz.

A situação de Daniel é favorável, mas ele terá que ser mais flexível quanto ao prazo de pagamento, dizem os especialistas. 

Na simulação feita pelo professor e consultor financeiro Rafael Paschoarelli, para um prazo de pagamento de oito anos, a prestação inicial ficaria em R$ 2.150 – ultrapassando o limite estabelecido pelo casal. 

"Para que a prestação fique em torno de R$ 1.500, o prazo deveria ser de 180 meses (15 anos)", diz Paschoarelli.

"Se ele puder vender o imóvel que tem, é mais favorável do que receber aluguel", sugeriu Alexandre Lignos, da IGF Consultoria. "É mais interessante pagar menos juros, diminuindo o valor do financiamento". 

Daniel Moura e a namorada terão ainda que mexer um pouco mais nas reservas, de acordo com os especialistas. 

Pelas regras de financiamento da habitação, segundo professor da Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap) Marcos Crivelaro, o percentual de financiamento deve ser de até 75% do valor do imóvel – no caso, R$ 112,5 mil. 

Ou seja: a entrada terá que ser maior do que a imaginada, de R$ 37,5 mil. "Mas não há problema em ter uma reserva de emergência menor porque eles não possuem grandes dívidas", afirmou o professor.   

O PLANEJAMENTO PARA DANIEL 
- Imóvel: R$ 150 mil
- Entrada: R$ 37,5 mil, retirados da reserva financeira do casal
- Valor financiado: R$ 112,5 mil
- Prazo de financiamento:12 anos
- Taxa de juros: 11,36% (Banco do Brasil)
- Valor das parcelas: R$ 1,890 mil
- Dica: se Daniel conseguir vender o imóvel do qual tem parte, pode usar o valor para a entrada ou, se o financiamento já tiver sido feito, para amortizar parte do saldo devedor.

 

 Viagem à Europa

O designer Ricardo Caetano pretende fazer uma viagem à Europa em julho do próximo ano. Aos 26 anos, quer fazer o "esquema mochilão": hospedar-se em albergues, viajar de trem e comer barato.

Seu plano é gastar cerca de R$ 11,1 mil, entre passagem (R$ 2,5 mil), hospedagem (R$ 1,5 mil), alimentação (R$ 1,5 mil), transporte (R$ 2,6 mil) e gastos extras (R$ 3 mil).

 

O professor da Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap) Marcos Crivelaro calcula que Ricardo gastará um pouco mais: R$ 12 mil.

O designer tem, na poupança, R$ 17 mil – dinheiro mais que suficiente para a viagem. "Mas nesse não quero mexer", diz. Seu objetivo é economizar, do salário de R$ 3,1 mil, dinheiro suficiente para a viagem.

 

Só que seus gastos mensais são altos demais para isso: R$ 1,025 mil da parcela do carro, R$ 300 para as contas da casa, R$ 300 com gasolina e estacionamento, além de R$ 1 mil com cartão de crédito.

"Sobra só R$ 475. É muito pouco", diz Crivelaro. "Se ele poupar essa sobra, vai precisar de praticamente dois anos para atingir o objetivo", diz.

 

"Desse jeito, só fazendo o milagre da multiplicação do dinheiro", concorda o professor e consultor financeiro Rafael Paschoarelli.

Para os especialistas, as contas de Ricardo mostram que ele merece um "puxão de orelha". "Só com o carro, ele gasta 42,74% do que ganha. É um absurdo. Ele deveria ter um carro mais adequado à sua realidade financeira", diz Lignos.

 

O PLANEJAMENTO PARA RICARDO 
- O melhor: "apertar o cinto" e reduzir, principalmente, as despesas com cartão de crédito, de forma a economizar os R$ 1,7 mil mensais necessários.
- Ainda bom: usar R$ 7 mil da reserva e fazer um esforço para aumentar a economia mensal para R$ 700 – com isso, ele terá, até julho, os R$ 5 mil faltantes.
- Em último caso: fazer um financiamento do valor que faltar até a data da viagem, sem reduzir seus gastos mensais.
- Dica: dormir no trem economiza estadia e aumenta o tempo disponível para passear.

 

 Montando um restaurante

Com o plano mais "audacioso" de todos, Mauricio Fanucchi quer abrir um restaurante até o final de 2008. Pelas suas contas, serão necessários ao menos R$ 150 mil. Do seu bolso, virá metade desse valor, já que ele terá um sócio no negócio.

O grande problema: o publicitário, com salário de R$ 2,5 mil e despesas fixas de R$ 1,2 mil, depende da venda de uma propriedade para viabilizar o negócio. Ele não tem nenhuma reserva financeira além da casa, que vale cerca de R$ 120 mil.

"É uma operação de elevado risco. O restaurante só começa a dar retorno em termos de salário depois de um ano", diz o professor da Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap) Marcos Crivelaro. O ideal, segundo o especialista, é que houvesse mais sócios, reduzindo o valor do investimento de cada um.

Manter o emprego, pelo menos no primeiro ano do negócio, é fundamental para garantir a renda até que o restaurante dê retorno. "E, com mais sócios, ele terá mais tempo para isso", ressalta Crivelaro.

Segundo Alexandre Lignos, da IGF, aplicando os R$ 1,3 mil que sobram do salário, Mauricio teria R$ 16,2 mil no final do ano. "Faltam R$ 58,7 mil. É muito dinheiro", diz.

 

O PLANEJAMENTO PARA MAURÍCIO
- Vender a casa (lembrando que isso implica ter que pagar aluguel, o que aumenta as despesas)
- Conseguir mais sócios para o negócio
- Postergar o investimento até que as reservas financeiras sejam suficientes para cobrir a maior parte do investimento
- Dica: lembrar que o investimento pode não dar certo e procurar manter uma reserva de emergência. "Muito empresário vende tudo para abrir o negócio, perde tudo e acaba endividado", diz Lignos.


 
Referência: g1.com.br
Autor: Laura Naime
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Abaixo colocamos mais algumas dicas :