As palavras e expressões usadas pelos pacientes para descrever distúrbios
associados ao equilíbrio são variadas e surpreendentemente vagas. Vão desde
queixas de “turvação visual”, “visão dupla”, “ficar zonzo” até: zonzeira,
tontura, tonteira, perda dos sentidos, fraqueza.
O que é?
É a ilusão de movimento do corpo ou do ambiente algumas vezes definida
adicionalmente como rotatória ou unidirecional. Freqüentemente é associada com
outros sintomas como impulsão (sensação do corpo empurrado ou arremessado para o
espaço), osciloscopia (ilusão visual de movimento para frente e para trás),
náuseas, vômitos, ataxia de marcha.
Como se desenvolve ou se adquire?
Trata-se de um sintoma comum, associado a uma série de patologias possíveis
de serem ditas como causadoras do processo. Podem ser:
Periféricas:
• vertigem posicional benigna
• neuronite vestibular
• doença de Ménière
• infecção
• vasculopatias: isquemia arterial cerebelar anterior inferior
• tumor: neuroma do acústico
• toxinas: aminoglicosídeos, álcool, salicilatos
• traumatismo
Central:
• doença vascular: isquemia e infarto sistema vertebro-basilar
• enxaqueca
• esclerose múltipla
• tumor do tronco cerebral
O que se sente?
A vertigem é definida como a experiência consciente de um movimento
giratório; os pacientes percebem uma anormalidade do equilíbrio, achando-a
desagradável; eles podem descrever a si mesmos ou ao ambiente como se movendo,
rodando, inclinando-se; por vezes, de início súbito, acompanhado de náuseas e
vômitos.
Como o médico faz o diagnóstico?
Pela história clínica do paciente (anamnese), devendo prestar atenção ao
início e à duração dos sintomas, aos episódios recorrentes, posição, zumbido nos
ouvidos, perda auditiva.
Pelo exame neurológico, testes de audição, testes de campo visual, ataxia,
disartria, diplopia, anormalidades de nervos cranianos.
Por estudos de investigação: exames de sangue (deficiência de vitamina B12,
diminuição níveis hormonais); exame do líquor (aumento de proteínas, tumores,
polineuropatias, infecção); exames de imagem (tomografia de encéfalo,
ressonância magnética de encéfalo); por audiometria, eletronistagmografia,
resposta evocada auditiva.
Como se trata?Depende de suas causas e de acordo com a intensidade dos
sintomas. Geralmente utilizam-se drogas como os anti-histamínicos,
anticolinérgicos, fenotiazínicos.
Medidas gerais como se deitar, fazer relaxamento, evitar movimento extremo da
cabeça, fixação do olhar ajudam a aliviar os sintomas.
Se houver persistência dos sintomas (vertigem, desequilíbrio), o paciente
poderá se tornar incapacitado, podendo o tratamento proposto não ter sido
benéfico ou ter falhado. Este tipo de paciente é candidato a uma reabilitação
vestibular cujos objetivos estão na diminuição da ocorrência de vertigem,
melhora da função dinâmica diária, restauração da auto-estima.
Esta reabilitação consiste em exercícios para habituar o padrão vestibular,
exercícios de equilíbrio, de coordenação do paciente.