Os tipos de chefes existentes são variados, apesar de ocuparem lugares
estratégicos nas organizações e, por esta razão, serem fundamentais para os
colaboradores. Embora os empresários saibam da relevância que tem uma boa
liderança, demonstram, em muitos casos, total deficiência na escolha que
fazem a respeito de quem liderará as pessoas que trabalham em suas
organizações.
Os resultados são igualmente desastrosos nestes casos, e uma alteração
urgente deve ocorrer para evitar maiores distúrbios internos, tais como o
péssimo clima organizacional, o baixo retorno de vendas, comunicação
obstruída, fragmentação dos departamentos e criação de feudos movidos por
egoísmo e infantilidade. Acompanhe agora alguns estilos de chefia mais
comuns bastante problemáticos:
Pilatos – lava as mãos em relação aos problemas pessoais e
profissionais de seus funcionários. Ele nunca pode colaborar porque está
sempre ocupado. Afinal, é uma pessoa muito importante e, portanto, o seu
tempo é precioso demais para ser dirigido a finalidades triviais. No
entanto, as pessoas que dependem deste tipo de chefe sentem claramente o
descaso e o abandono e passam a resolver as suas questões sozinhas, ou
ainda, recorrem a outros que as ajudem. Quando o chefe Pôncio Pilatos
descobre que outras pessoas colaboram com os seus funcionários, ele fica
louco de raiva e convoca uma reunião particular, na qual ele se mostra
chateado com atitudes que magoam, vez que o seu papel é estender auxílio
para os seus próximos. Esse fato se explica pelo medo que este tipo de chefe
tem em ser percebido como uma pessoa egoísta e de baixa atividade de
liderança e, conseqüentemente, correr o risco de ser trocado facilmente por
alguém melhor.
Nero – adora ver o circo pegar fogo. Os trabalhos em grupo são a
grande oportunidade de ver as discussões surgirem e ganharem vulto. São
verdadeiras lutas entre os gladiadores que esperam receber a clemência ao
final do embate. O lugar sempre está em polvorosa e qualquer faísca faz
incendiar. Trata-se de um perfil cujo temperamento é bem agressivo e pouco
faz para melhorá-lo. Pensam que o seu estilo deve ser preservado pela
personalidade forte que possuem, além do cargo que ocupam. A sua raiva
constante domina a atmosfera departamental, levando os seus habitantes a
desenvolver um sistema de defesa bastante eficiente: o ataque. As defesas
humanas, quando bem estressadas, agem com base no ataque para reduzir as
chances de serem atingidas a qualquer momento. Tensão é a palavra-chave
neste tipo de convivência. O chefe Nero se compraz com este alvoroço
emocional e crê que o seu poder comanda o espetáculo diário.
Rei Momo– suas características são a de festividade e entusiasmo.
Este tipo de chefe agita o seu local de trabalho, fazendo um “ôba-ôba” sem
precedentes. Ele motiva as pessoas próximas, mas tudo isso dura por um
determinado período. O seu objetivo é o de animar o lugar, esquecendo-se dos
resultados, que são importantes para os colaboradores e para a organização.
Inicialmente, o chefe Rei Momo é adorado pela animação que proporciona.
Todavia, aos poucos as pessoas cansam e se sentem desmotivadas pelo baixo
rendimento que oferecem. Este tipo de chefe é um bom motivador, porém, dura
pouco, e o que resta da folia são apenas as cinzas que o vento leva
rapidamente.
Peter Pan – aquele que não cresce e não permite que os outros
cresçam. Ele mantém o seu pessoal preso às suas asas. Protege-os com a
espada e a valentia, levando as pessoas a crerem na sua bondade e altruísmo.
Contudo, o seu egoísmo é que guia as decisões e impede que cada um cresça e
desenvolva o seu potencial. O seu temor é o de perder os aliados na batalha
cotidiana, e assim permanecer só na Terra do Nunca. Qualquer objeção às suas
idéias será interpretada como uma rebeldia e, sem dúvida, é alguém que
pretende se bandear para o lado do inimigo: o capitão Gancho.
Na verdade, os tipos de chefe são inúmeros. Entretanto, o tipo de “líder”
necessário é aquele que:
- Mantém proximidade com os seus seguidores;
- Aprende conjuntamente;
- Estimula o crescimento;
- É um entusiasta, mas cobra resultados porque sabe da satisfação que o
ser humano tem quando atinge objetivos;
- Entende que o conflito é necessário para que as boas idéias brotem das
discussões, embora não veja na agressividade uma forma de convívio;
- Assume os riscos de forma compartilhada;
- Comunica-se constantemente;
- Consegue gerir o conhecimento e as mudanças;
- É ético e vive esta virtude como um agente que inspira confiança e
motivação naqueles que o seguem por vontade própria e não pela
imposição.
O mercado tem pressionado as organizações acerca do aperfeiçoamento de seus
colaboradores. Tipos de chefes que não se adaptarem à realidade de
convivência mais amadurecida e humana com relação aos aspectos sutis das
relações pessoais e profissionais, não durarão. A boa liderança é aquela que
serve, muito mais do que é servida.