Se você perguntar a um empreendedor qual
a principal dificuldade de se criar e
manter um negócio no Brasil a resposta
que ouvirá será: acesso ao capital. Eu
diria que o acesso a recursos realmente
não é simples no nosso país, mas não
considero que este seja o principal
problema ou dificuldade para fazer
acontecer. Existem outros empecilhos,
alguns dos quais criados pelos próprios
empreendedores. Para aqueles que
acompanham meus textos sabem que o
planejamento, ou a falta dele, sempre
aparece nas pesquisas como o principal
fator relacionado ao sucesso ou fracasso
de um negócio.Mas voltando à questão
de acesso ao capital, hoje em dia
existem diversas alternativas para se
conseguir recursos, até a “fundo
perdido”, para você estruturar e
desenvolver sua empresa. A premissa
continua sendo a mesma: os projetos
devem focar em inovação para terem
chances de acessar tais recursos. As
linhas existentes geralmente são
provenientes de agências governamentais
estaduais e do governo federal, sendo
destinadas para capacitação de pessoal,
pesquisa e desenvolvimento, acesso ao
mercado e outras finalidades.
De todas as linhas, as mais atraentes
são as destinadas a empresas inovadoras
e que não exigem contrapartida
significativa. Isso já é um diferencial
considerável, haja vista que para a
maioria dos empreendedores, conseguir
dinheiro em bancos significa oferecer
alguma garantia real como contrapartida.
Indo direto ao ponto, vou citar apenas
três bons exemplos.
Um deles é o projeto RHAE do
Ministério da Ciência e Tecnologia e
ligado ao CNPq. Através deste projeto,
micro e pequenas empresas inovadoras
conseguem bolsas para pagar seus
funcionários envolvidos nas atividades
de pesquisa e desenvolvimento. É como se
o governo pagasse o salário de gente
muito qualificada para trabalhar em sua
empresa. Outro exemplo é o projeto PIPE
da Fapesp de São Paulo (existem
similares em outros estados da
federação). No PIPE a empresa não
precisa nem estar criada ainda para que
o empreendedor submeta seu plano de
negócios com vistas a conseguir os
recursos para validar seu projeto
inovador e depois colocá-lo no mercado.
Há a possibilidade de se conseguir até
R$500mil para projetos inovadores no
PIPE. Cabe ressaltar novamente que não
se trata de empréstimo e sim de aporte
financeiro do governo em empresas
inovadoras.
Finalmente, cabe citar um exemplo
recente decorrente da Lei de Inovação.
Trata-se de uma chamada pública da FINEP
de subvenção econômica à inovação.
Através desta linha de fomento pode-se
conseguir a partir de R$300mil para
desenvolver projetos inovadores em micro
e pequenas empresas.
Então, podemos concluir que se você
tem um projeto de negócio inovador
encontrará alternativas de investimento
para fazê-lo sair do papel. Apesar das
grandes dificuldades encontradas para as
empresas acessarem recursos financeiros
no país, estes exemplos podem ser
considerados alternativas extremamente
interessantes. A premissa continua sendo
a mesma: você deve propor algo
diferente. Não adianta recorrer a estas
fontes de recursos para projetos
tradicionais e em mercados já saturados
por negócios similares.
É isso aí.
Para obter mais informações acesse os
sites
www.finep.gov.br,
www.cnpq.br, e
www.fapesp.br