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Investimentos / Fundos - Apartamento novo custa quase o triplo do usado em São Paulo 

Data: 21/05/2007

 
 

Pergunta simples e objetiva: você compraria um título que oferecesse um retorno de 5% ao ano, caso um outro papel de igual prazo e mesmo risco rendesse 6% ao ano? A resposta é, obviamente, não.

O mesmo raciocínio, porém, seria seguido por todo o mercado. A demanda pelo título cuja rentabilidade é de 6% aumentaria, enquanto a procura pelo outro papel não existiria, forçando o ofertante deste último a oferecer uma rentabilidade mais atrativa.

Desta forma, o rendimento do título de 6% ao ano ficaria menor, e o do papel de 5% subiria. O fenômeno transcorreria até que as duas rentabilidades se equiparassem.

Óbvio, mas importante
Embora óbvia, a lógica dá origem a um dos mais importantes conceitos da teoria de finanças e corresponde à impossibilidade de arbitragem. Nas palavras de Milton Friedman, um dos mais renomados economistas do século XX, isso significa dizer que não há como se obter um "almoço grátis" nas estratégias de investimento .

De um modo um pouco mais formal, a arbitragem é uma prática na qual os investidores podem auferir lucros extraordinários sem correr riscos. No exemplo acima, haveria uma possibilidade de arbitragem: o investidor poderia lançar o título cujo rendimento era de 5% ao ano e aplicar no papel de 6% ao ano, apurando um lucro sem risco de 1 ponto percentual.

Colocar em prática tal estratégia, porém, seria impossível, como discutido posteriormente. Não haveria demanda pelo título de 5%, o que obrigaria o ofertante a aumentá-lo até o alcance das taxas de um papel de igual risco e prazo, eliminando o espaço para o lucro extraordinário.

Equilíbrio de longo prazo
Desta forma, os retornos de todos os ativos dentro de uma economia devem, no longo prazo, ser equivalentes quando ajustados pelos respectivos riscos, não havendo oportunidades inexploradas de lucro.

Por exemplo, o retorno de equilíbrio do mercado de ações seria igual ao rendimento da renda fixa acrescido de um prêmio de risco das ações.

Suponha que a equação não valesse, admitindo que o ganho do mercado acionário fosse superior ao da renda fixa mais o risco das ações. Rapidamente, os investidores perceberiam este desarranjo, incrementariam a demanda pela renda variável, cujo retorno, então, passaria a ser menor. O movimento continuaria até reequilibrar a equação. De maneira análoga, o raciocínio inverso vale para casos em que o retorno da renda fixa fosse maior.

Vale entre países
A impossibilidade de arbitragem existe entre diversos mercados, mas também entre países. Para uma mesma taxa de câmbio, um título brasileiro, por exemplo, deve ter uma rentabilidade equivalente ao de um papel norte-americano - considerado livre de risco - mais um prêmio de risco-Brasil.

Novamente, se este resultado não corresponder à prática, haverá um ajuste instantâneo no mercado. Caso o rendimento dos papéis brasileiros superasse o dos norte-americanos mais o prêmio de risco, as pessoas demandariam mais papéis nacionais em detrimento aos estrangeiros. O retorno dos títulos brasileiros, então, passaria a ser menor, restabelecendo o equilíbrio.

A mesma lógica vale para quaisquer mercados. Tentar ter um almoço grátis é mais difícil do que parece!



 
Referência: InfoMoney
Autor: Felipe Abi-Acl de Miranda
Aprenda mais !!!
Abaixo colocamos mais algumas dicas :