Dar um passo maior do que a perna é dos principais fatores que podem mexer
com as finanças das pessoas. É muito comum alguém comprar, geralmente tomando
crédito, algo que fica acima de sua condição financeira, e ter que apertar o
orçamento no futuro para voltar a uma situação financeira equilibrada.
No entanto, esse erro não ocorre somente na hora de gastar. Dentro do processo
de planejamento financeiro, muita gente, na ânsia de obter resultados mais
rapidamente, acaba fixando metas que não podem ser alcançadas.
Sabendo dosar
Na hora de determinar suas metas financeiras, você deve ter um cuidado especial
em buscar algo que possa ser alcançado. De pouco adianta fazer todo um
planejamento baseado em metas que dificilmente podem ser atingidas: é melhor
tentar um objetivo que esteja a seu alcance.
Atingir metas leva tempo e esforço. Por exemplo, atingir uma forma física que
permita que você corra uma maratona é algo que leva um longo tempo, muito
preparo, orientação e, sobretudo, esforço. Mas será que vale à pena? É algo que
você efetivamente pode atingir? Na hora de fixar suas metas financeiras, o mesmo
ocorre.
Por outro lado, todas as metas exigem esforço. O segredo é saber fixar uma meta
que seja possível de atingir, mas que exija algum esforço. Se você ganha R$ 3
mil ao mês, pouco adianta fixar uma meta de economizar R$ 5. Por outro lado,
cuidado também ao definir um valor muito alto, que não possa ser alcançado.
Reduza o risco de desistência
O estabelecimento de metas que não podem ser alcançadas é um dos principais
fatores que leva as pessoas a desistirem de um planejamento financeiro.
Portanto, seja realista na hora de determinar suas metas: é importante dar um
passo de cada vez, evitando chegar a uma situação onde sua motivação para
atingir o objetivo pode desaparecer.
Comece com metas menos ambiciosas e, se perceber que está atingindo seus
objetivos com facilidade, reajuste seus parâmetros, trabalhando para atingir a
meta mais rapidamente. Portanto, ter flexibilidade é fundamental, sabendo
realizar ajustes quando necessário.
Um exemplo prático
Vamos voltar à situação onde a renda mensal é de R$ 3 mil por mês. A definição
de quanto pode ser poupado vai depender muito da análise do orçamento. Quais
despesas são fixas? Onde existe "gordura" para mexer? Quais são os gastos
considerados supérfluos que podem ser cortados?
A resposta varia de caso a caso. Tendo em mãos a sua planilha de orçamento,
tente identificar despesas que podem ser reduzidas sem que isso afeta sua
capacidade de obter uma melhor receita no futuro. Priorize o corte em despesas
de consumo, com atenção redobrada aos pequenos gastos.
Fazendo este exercício, você pode identificar qual seria uma meta de poupança
adequada à sua realidade. Lembre-se sempre que esforços são necessários, porque
a única forma de garantir um futuro tranqüilo é estabelecendo um patrimônio que
possa ser usado para pagar as contas após você parar de trabalhar.