Depois de muito pensar, você finalmente decidiu que quer fazer um plano de
previdência privada. Mas, como a grande maioria das pessoas, está perdido frente
a tantas alternativas existentes no mercado? Gostaria de entender melhor como os
planos diferem dos fundos, e qual a sua vantagem frente a esses?
Após se informar sobre os tipos de planos existentes, você definiu aquele que
mais adequado às suas necessidades. Agora é hora de pesquisar o mercado:
identifique quais as instituições que oferecem o produto no mercado e compare as
taxas cobradas.
Escolhendo com quem investir
O primeiro ponto a ser analisado é o histórico da instituição financeira.
Afinal, estamos falando de um investimento de longo prazo, de forma que você
precisa se assegurar que a instituição terá a solidez financeira necessária,
para daqui a 20-30 anos arcar com o pagamento dos seus benefícios!
Analise por quanto tempo essa instituição opera no mercado, qual é o seu tamanho
e se tem tradição no mercado brasileiro. No caso de uma instituição estrangeira,
é bom pesquisar quem são seus donos e como ela atua em outros países.
Lembre-se: o importante não é apenas o retorno, mas também a solidez de quem vai
cuidar do seu dinheiro, pois você quer ter certeza de que vai receber seus
benefícios ao se aposentar. Afinal de contas, você só está pensando em fazer um
plano para manter o seu estilo de vida durante a aposentadoria.
Aproveite para analisar a forma como a empresa aplica os recursos do plano,
fique de olho para concentrações excessivas, liquidez etc. Não analise apenas a
rentabilidade histórica dos planos, mas também a sua capacidade de captação:
novos investidores estão aplicando com a instituição, ou a maioria está
resgatando suas aplicações?
Atenção na comparação dos custos!
Como era de se esperar, é preciso comparar esse histórico e desempenho com
aquele oferecido por outras instituições. Comece entendendo os custos envolvidos
na aplicação, quais são as taxas cobradas?
Em geral, a taxa que mais pesa no bolso do investidor é a de carregamento,
porque incide sobre o valor das contribuições. Por sua vez, a taxa de
administração é uma taxa anual cobrada sobre o total administrado. Assim, mesmo
tendo uma taxa de administração mais alta, um plano pode ser mais atrativo do
que outro se oferecer uma taxa de carregamento mais baixa.
Essa deve ser uma análise cuidadosa, porque em alguns casos a diferença
desaparece com o tempo, e passa a favorecer o fundo que inicialmente cobrava uma
taxa mais alta. Imagine, por exemplo, o caso de dois fundos com a mesma taxa de
administração. Porém, o primeiro cobra uma taxa de carregamento fixa de 2%,
enquanto o segundo cobra uma taxa decrescente de 4%, que cai para 0% após dois
anos.
Como escolher entre esses dois planos? Essa não é uma comparação fácil. A melhor
forma de analisar o impacto do custo é pedir à instituição financeira uma
estimativa do quanto, caso contrate o plano, poderá acumular em um determinado
período de tempo. Mas, aqui é importante que você se assegure que, em ambas as
simulações, seja incluído o mesmo retorno dos investimentos. Só assim você
consegue isolar o impacto dos custos!
Desempenho do gestor
Isso nos traz para outro fator importante na sua escolha. O retorno da carteira
do fundo. Esse retorno depende da forma como a carteira é composta, mas também
dos custos envolvidos no investimento e na capacidade de gestão da instituição.
Portanto, assumindo que dois planos tenham os mesmos custos e a mesma estratégia
de investimento, ao comparar o retorno histórico você consegue avaliar quem
conseguiu o melhor desempenho. Aqui, contudo, é de fundamental importância
reforçar que retorno histórico não é garantia de retorno futuro, mas pode ajudar
você entender um pouco mais a capacidade do gestor.
Em outras palavras, se você comparar o retorno de dois planos de previdência que
investem apenas em títulos públicos é de se esperar que o retorno seja
semelhante. Caso haja uma diferença grande, isso pode indicar ou que os custos
são muito distintos, ou que o gestor não foi tão eficiente na administração da
carteira.
Mais uma vez cuidado na análise. Não se empolgue pela rentabilidade alta no
último mês, cheque a consistência dos resultados, não basta ter uma boa
rentabilidade durante períodos curtos de tempo, pense sempre no longo prazo.
Pese tudo com calma, e só ai tome sua decisão. Mas, não se esqueça no final das
contas o fator mais importante é a confiança que você tem na solidez da
instituição!