Aposentadoria - Aposentado como consumidor ativo - Ele tem papel importante na economia do país
O aposentado está em alta no atacado e no varejo. De uns tempos para cá, seu
poder de compra foi descoberto por empresas dos mais diversos ramos. Uma nova
geração de aposentados tem empregado parte de seus rendimentos em viagens,
eletrodomésticos e outras formas de lazer. Aos poucos, também passaram a chamar
a atenção de bancos que oferecem empréstimos a juros mais baixos.
Há 30 anos, a imagem do aposentado era completamente diferente. Quando se falava
em alguém com mais de 50 anos, vinha logo na cabeça o sujeito com sandálias nos
pés e uma vara de pescar mão. Hoje, muitos sequer deixam o mercado de trabalho
com essa idade. Em algumas cidades do interior do país, a economia é movimentada
pelas pensões e benefícios pagos por governos e iniciativa privada. Fundos de
previdência municipal e estadual têm chamado a atenção de grandes bancos,
sobretudo depois que a legislação permitiu que ficassem responsáveis pelo
gerenciamento de recursos que, somados, ultrapassam a casa dos R$ 23 bilhões,
segundo estimativas da Associação Brasileira de Instituições de Previdência
Estaduais e Municipais (Abipem).
O Ministério da Previdência contabiliza mensalmente o pagamento de 24,6 milhões
de benefícios, dos quais apenas 8,1 milhões encontram-se acima do salário
mínimo. Os bancos e financeiras travam uma batalha para atrair novos clientes
dispostos a pegar dinheiro emprestado com taxas menores que as praticadas no
mercado. O crédito consignado funciona se houver comprometimento do tomador, mas
pode ser um tiro no pé se a pessoa se empolgar com a facilidade do crédito e não
controlar suas despesas mensais.
Diante desse cenário, o aposentado também deveria exigir maior contrapartida das
empresas que lhe prestam serviços. Mais do que nunca, o momento é bom para
colocar em discussão outros assuntos importantes, entre os quais a aplicação de
alguns itens do Estatuto do Idoso, como a preferência de pagamento de
precatórios e os descontos em ônibus interestaduais. Aos poucos, começamos a ser
um pouco mais respeitados. Mas ainda falta muito para acabar com as injustiças e
avançarmos em outras questões.
|