Brasileiros abrem sua conta-corrente cada vez mais cedo. Um dos
impulsionadores dessa prática são as modalidades universitárias, que garantem
tarifas diferenciadas e diversas regalias ao jovem que acabou de entrar na
faculdade.
Contudo, assim que conquista uma vaga no mercado de trabalho, seja por ter
conseguido o primeiro emprego, seja por ter trocado de empresa, a pessoa às
vezes se vê diante de uma nova necessidade: a abertura de outra conta,
específica para receber o salário. Isso, contudo, não quer dizer que a antiga
será encerrada: muitas vezes, o consumidor opta em manter as duas.
O desafio, nesse caso, é conseguir administrar o dinheiro em dois bancos
diferentes. Como fazer para não ficar com as finanças descontroladas?
Economia
Uma forma de garantir economia na hora de abrir a conta é optar pela modalidade
que serve, apenas, para recebimento do salário. O sistema, por si só, já é livre
da tarifa de manutenção, e dá direito apenas ao cartão para que o empregado
saque o dinheiro. Contudo, desde o dia 02 de abril, algumas regras foram
modificadas: o pagamento pode ser transferido para outras contas das quais a
pessoa seja titular, sem qualquer cobrança.
Desde esse dia, aqueles que movimentarem o pagamento na conta-salário não
precisam pagar pelas transações, desde que não sejam ultrapassados cinco saques
mensais, duas consultas de saldo e duas retiradas extratos. O uso de talões de
cheque, os depósitos que não venham da própria empresa do trabalhador e outros
serviços não estão liberados.
Vale lembrar que a medida abrange contratos feitos depois do dia 05 de setembro
último, por empresas privadas. Para os realizados antes disso, o prazo para a
adaptação dos bancos vence em 02 de janeiro de 2009.
Para controlar
O ideal é que o banco no qual seja depositado seu salário não seja usado para
movimentações: além de economizar em tarifas, a possibilidade de descontrole é
menor. Exatamente por isso, tente não se render ao serviço de cheque especial.
Dessa forma, você é obrigado a não se tornar vitima desse crédito, que tem
juros, conforme a Fundação Procon de São Paulo, na casa dos 8% mensais.
Contudo, caso seja necessário mexer, cuidado para não gastar com produtos
supérfluos: não se esqueça de contas e outros vencimentos mais importantes -
alguns que, inclusive, podem estar no débito automático da antiga conta. Anote
em sua planilha compras e pagamentos feitos em ambos os bancos - nunca
utilizando o cheque especial, de qualquer um deles, como receita.
Também evite se comprometer passando cheques, fazendo parcelamentos, contratando
cartões e outros serviços. Em primeiro lugar, porque você pode perder a garantia
de isenção de cobrança garantida pela conta-salário, caso a possua. Além disso,
nunca se sabe quando uma oportunidade melhor de emprego surgirá e você tenha que
cancelar o serviço.
Se for mais vantajoso, troque
Caso o banco de sua nova conta ofereça condições melhores, com taxas e tarifas
menos salgadas que a sua instituição financeira atual, nada impede que você
"seja conquistado" e passe a ser cliente apenas dela.
O tempo que você é cliente da empresa não deve ser fator essencial na hora de
fazer a opção: lembre-se que lojas e comércios não podem discriminar clientes e
se recusar a aceitar cheques de contas novas, com menos de um ano de vigência.
Não se esqueça de encerrar
Por fim, quando trocar de emprego e tiver de abrir uma nova conta, encerre a
antiga, de seu trabalho anterior. Administrar duas já é tarefa complicada, e a
situação fica ainda mais difícil quando você arrasta outras e, ainda por cima,
paga por isso.