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Aposentadoria - Previdência Privada : Quais os planos existentes no mercado? 

Data: 30/05/2007

 
 
Planos tradicionais

Os planos tradicionais são planos que garantem um rendimento mínimo anual equivalente à correção monetária + taxa de juros (ex. IGP-M + 6% ao ano) e foram introduzidos em uma época em que tanto inflação quanto taxas de juros ainda eram elevados. Caso o resultado financeiro das aplicações dos recursos captados com as contribuições ao plano fique acima do rendimento mínimo garantido, então parte deste excedente é repassada para o segurado, em uma proporção que em geral varia entre 50-80% do total do excedente.

Com a queda das taxas de juros, esses planos acabaram sendo desestimulados pelas próprias administradoras. Recentemente, a SUSEP (Superintendência de Seguros Privados) anunciou a introdução de alguns novos produtos que pretendem "revigorar" os antigos planos tradicionais. Esses produtos, que são discutidos mais adiante, não garantem um rendimento mínimo, mas adotam o conceito de correção monetária dos planos tradicionais.

As contribuições dos planos tradicionais são feitas com base em um componente atuarial e um financeiro. O componente atuarial determina o montante que você precisa ter acumulado ao se aposentar (com base na sua idade, expectativa de vida, etc.), enquanto o componente financeiro determina o valor das contribuições necessárias para que você alcance esse objetivo.

As diferenças entre os dois tipos de planos tradicionais (benefício definido e contribuição definida) estão detalhadas abaixo:

- Benefício Definido: nesse tipo de plano você contribui hoje sabendo quando receberá ao se aposentar, pois o valor do benefício é definido na data de contratação do plano. O valor das contribuições não é fixo pois depende do valor do futuro benefício mensal que você espera receber.

- Contribuição Definida: ao contrário do plano de benefício definido, nestes planos as contribuições são fixas na contratação do plano, mas os benefícios não. Os benefícios são proporcionais ao valor acumulado e capitalizado ao longo do período de contribuição, que depende da rentabilidade das aplicações do fundo (feitas com base nas suas contribuições).

As principais desvantagens dos planos tradicionais em relação aos FAPIs e PGBLs, qeu serão discutidos a seguir, são a falta de transparência, custos elevados de gestão e o custo oportunidade de uma alternativa melhor no futuro. Ao contrário dos PGBLs e FAPIs esses planos não são estruturados como fundos, e portanto, você não pode acompanhar o valor das suas aplicações diariamente.
 

Plano Gerador de Benefício Livre (PGBLs)

Os PGBLs surgiram em resposta à queda nas taxas de juros, que dificultou a garantia de um rendimento mínimo para os participantes dos planos tradicionais. Desta forma, a principal diferença dos PGBLs em relação aos planos tradicionais é que você não tem garantia de um rendimento mínimo, mas em contrapartida recebe integralmente o resultado financeiro, isto é o resultado das aplicações dos recursos captados com contribuições ao plano.

Os PGBLs foram inspirados nos planos 401(k) americanos e, como eles, permitem que você escolha entre perfis distintos de investimento. Por exemplo, no caso dos 401(K) os fundos são classificados de conservadores a agressivos, enquanto os PGBLs são classificados como soberanos, renda-fixa e compostos. Ao contrário dos planos tradicionais, cujo perfil de risco das aplicações do fundo é decidido pelo administrador, nos PGBLs você pode escolher a categoria mais adequada ao seu perfil de risco. Abaixo discutimos a carteira de investimentos dos três tipos de PGBLs:
 

- Soberano: como o nome sugere, investe apenas em títulos do governo, ou seja, títulos ou Crédito Securitizados do Tesouro Nacional, ou Títulos do Banco Central;

- Renda Fixa: além das aplicações acima, também permite o investimento em outros tipos de títulos de renda fixa, como CDB´s, debêntures, etc;

- Composto:
também permite aplicações em renda variável, como por exemplo, ações ou fundos de ações, commodities etc, desde que não ultrapassem 49% do patrimônio do fundo.

Resgates e transferências

A carência dos PGBLs é, em geral, de 60 (sessenta) dias, sendo que em caso de morte ou invalidez não existe carência e o saque pode ser efetivado em até 4 (quatro) dias úteis, sendo que a carência começa a contar da data de início do plano ou do último resgate.

Entretanto, talvez a maior vantagem dos PGBLs seja sua transparência, pois você pode checar o valor da cota do fundo diariamente no jornal, e o valor de resgate é calculado com base na cota no dia útil seguinte ao dia em que você efetuar o pedido de resgate.

Não existem restrições quanto à transferência de recursos entre fundos PGBLs de perfis diferentes, por exemplo, é possível transferir recursos entre planos soberanos e planos compostos. Assim como não há restrições na transferência para fundos de outra entidade de previdência aberta. O cálculo do valor de transferência é efetuado da mesma forma que o do valor de resgate, isto é, com base na cota do dia útil seguinte ao dia do pedido de transferência. O prazo de carência para a transferência também é de 60 (sessenta) dias, caso a transferência ocorra entre planos de mesmo titular também não haverá incidência de taxa de carregamento ou imposto de renda.

Por último, ao se aposentar você tem a opção de sacar os recursos do seu PGBL integralmente ou através de um rendimento mensal até o seu falecimento (renda vitalícia).

Fundo de Aposentadoria Programada Individual (FAPI)

Assim como os PGBLs, os FAPI permitem maior flexibilidade na escolha da carteira, não garantem um rendimento mínimo e repassam todo o resultado financeiro. As principais diferenças entre os PGBLs e os FAPIs são as seguintes:

- Instituição administradora: seguradoras e entidades de previdência privada para os PGBLs e bancos para os FAPIs.

- Carência para resgate: a carência para resgates varia no caso dos FAPIs, enquanto para os PGBLs é de 60 dias. Além disso, no caso dos FAPIs se houver resgate antes de um ano o segurado deverá pagar IOF de 5% o que não acontece no caso dos PGBLs.

- Prazo de transferência: a transferência nos FAPIs só pode ser realizada a cada 6 (seis) meses, enquanto para os PGBLs é de 60 (sessenta) dias.

- Saques na aposentadoria: devem ser feitos de forma integral não podendo ser transformados em renda vitalícia como no caso dos PGBLs.

Apesar de terem surgido antes dos PGBLs, em uma tentativa dos bancos de inovar em relação aos planos tradicionais, os FAPIs perderam participação de mercado com a introdução dos PGBLs devido a sua menor flexibilidade do ponto de vista de resgate, transferência e tratamento fiscal.

Os FAPIs e PGBLs não são planos exclusivos de indivíduos e também podem ser adotados por empresas para os seus funcionários. No caso dos FAPIs as contribuições devem ser no mínimo equivalentes a 50% da contribuição dos funcionários, enquanto nos PGBLs quem define os limites são definidos pela empresa.

Novos Produtos de Previdência

A SUSEP (Superintendência de Seguros Privados) aprovou a regulamentação de dois novos produtos de previdência (PAGPs e os PRGPs), cujo objetivo é revitalizar os antigos planos tradicionais, que perderam competitividade no mercado. Os novos planos também são estruturados como fundo de investimento financeiro exclusivo (FIFE), permitindo que o participante possa checar o valor da cota do fundo diariamente através do jornal.

- Planos de atualização garantida (PAGPs): durante a fase de acumulação, ou seja período em que você ainda está fazendo contribuição ao fundo, os planos de atualização garantida (PAGPs) não garantem um rendimento mínimo, mas garantem que os recursos que você aplicou serão ajustados com base na variação de um índice econômico e pelo repasse do excedente financeiro. Por exemplo, se você investiu R$ 100 e a inflação foi de 10%; a seguradora terá de fazer um aporte de R$ 110 mais a parcela do excedente financeiro, mas você não recebe juros.

- Planos de remuneração garantida (PRGPs): seguem o mesmo princípio dos PAGPs durante a fase de acumulação, com a diferença que, além do ajuste com base na variação de um índice econômico e do repasse do excedente financeiro deve se acrescida uma taxa de juros de 6%. Os PRGPs foram desenvolvidos para garantir a sua renda ou benefícios.
 

Pode-se dizer que, enquanto os PAGPs foram desenvolvidos para garantir o valor do seu patrimônio (recursos investidos), os PRGPs foram desenvolvidos para garantir a sua renda ou benefícios.

Os novos planos não passam de uma versão mais aprimorada dos planos tradicionais e deverão concorrer principalmente com os PGBLs, já que os planos tradicionais praticamente não são mais comercializados. Como os novos planos assumem que os saldos dos fundos devem ser ajustados pela variação de um índice de inflação, deverão adotar uma política de investimento mais conservadora. De forma que devem competir apenas com os fundos PGBLs mais tradicionais, representando uma boa alternativa de investimento para indivíduos com um perfil mais conservador. A tabela abaixo compara as principais diferenças entre as quatro opções de planos de previdência privada:
 

Plano Remuneração Atualização Participação no excedente
PGBL Função da rentabilidade da carteira do fundo em que estão aplicados os fundos (FIFE) Não há Totalidade da rentabilidade é repassada ao participante
Planos tradicionais Contratada até 6% ao ano Com base em índice de preços contratado Pode ou não ser prevista, em geral varia entre 20 e 50%
PRGP Contratada até 6% ao ano Com base em índice de preços contratado Obrigatória e estipulada no contrato
PAGP Sem remuneração Com base em índice de preços contratado Obrigatória e estipulada no contrato
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Seguro de vida com opção de previdência
A grande novidade em termos de previdência privada certamente fica com o lançamento dos novos seguros de vida com opção de previdência. A expectativa é que sejam lançados três tipos de produtos: VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres), VRGP (Vida com Remuneração Garantida) e VAGP (Vida com Atualização Garantida), que combinam os tradicionais seguros de vida com características dos planos de previdência privada que já existentes, no caso, os PGBLs, PRGps e PAGPs.

A indenização desses seguros poderá ser paga de uma única vez, como os seguros de vida; ou sob a forma de renda, como os planos de previdência do tipo renda vitalícia. Outra vantagem é que o investidor poderá transferir seus recursos acumulados entre seguradoras, sem ter que pagar taxas adicionais.

Vida Gerador Benefício Livre (VGBLs)
Durante a chamada fase de acumulação, isto é, quando você ainda estiver investindo e não tiver começado a resgatar os benefícios, a seguradora repassa integralmente os ganhos com investimentos, já descontados os custos de administração e carregamento.

Como acontece com os PGBLs, nos quais os VGBLs foram inspirados, os benefícios que você deve receber ao se aposentar vão depender do total acumulado durante a fase de acumulação, isto é, a soma de contribuições e ganhos de investimento. A indenização desses seguros poderá ser paga de uma única vez, como os seguros de vida; ou sob a forma de renda, como os planos de previdência do tipo renda vitalícia.

Deve-se lembrar que a seguradora não é obrigada a vender o VGBL acoplado a um seguro de vida e pode, se preferir, comercializá-lo como um plano de previdência comum. Por outro lado, o investidor poderá transferir seus recursos acumulados entre seguradoras, sem ter que pagar taxas adicionais.

A grande diferença em relação aos PGBLs é tributária. Nos PGBLs você pode deduzir do valor do seu importo a pagar a soma de todas as contribuições feitas ao plano até um limite de 12% da renda bruta anual do segurado. Nos VGBLs, por sua vez, isso não é possível. Em contrapartida, na hora do resgate você paga menos imposto, pois este é calculado sobre o ganho de capital e não sobre o total do montante acumulado, como acontece nos PGBLs.

Desta forma, os VGBLs foram desenhados para quem declara IR pelo formulário simplificado, quem é isento ou para trabalhadores autônomos, que não se beneficiam do tratamento fiscal concedido nos PGBLs. A alíquota varia de acordo com a tabela progressiva de IR.

VAGPs e VRGPs
Já os VAGP e os VRGP não garantem o repasse integral da rentabilidade. Nos VAGPs o investidor se beneficia da atualização monetária dos valores aplicados, enquanto no caso dos VRGP eles recebem uma garantia de um rendimento mínimo. Neste sentido, não passam de versões mais modernas dos planos tradicionais, que também não repassam integralmente os ganhos, mas garantem uma rentabilidade mínima de IGP-M+6% ao ano. A vantagem frente aos planos tradicionais está na transparência, já que como os recursos dos planos serão aplicados em um fundo de investimento específico, cujas cotas são publicadas periodicamente nos jornais.

Vantagem dos novos seguros
Os novos seguros têm como objetivo complementar os planos de previdência existentes. Por exemplo, se você já tem um PGBL e deduz o valor limite de 12% da sua renda bruta, mas está interessado em ampliar sua renda na aposentadoria, então uma alternativa pode ser a compra de um seguro de vida do tipo VGBL, que assegura menor taxação no resgate. Os novos produtos foram desenvolvidos como alternativas de poupança de longo prazo, pois após o período de acumulação o cliente tem assegurado o recebimento de uma renda, da mesma forma que os planos de previdência já existentes no mercado.


 
Referência: -
Aprenda mais !!!
Abaixo colocamos mais algumas dicas :