Vamos ver para que aspectos você deve atentar na escolha do administrador de
seu plano:
1. SOLIDEZ DA INSTITUIÇÃO
O primeiro fator a ser analisado na hora de decidir quanto ao plano de
Previdência Privada é a solidez da instituição que o operará. Ora, não estamos
falando de um investimento para um ou dois anos, pois, a essência da Previdência
Privada é o longo prazo entre capitalização e recebimento da renda (benefício)
pode-se observar períodos de 30 anos em média. Portanto, a instituição deverá
ter solidez suficiente para honrar estes compromissos futuros.
• Através de alguns aspectos elencados a seguir, você poderá analisar a solidez
do administrador a ser contratado:
• Não envolvimento em escândalos, crises, ou processos administrativos;
• Tamanho, uma da instituição de grande porte possui uma maior estrutura e pode
diversificar melhor seus riscos e ganhar em escala, então, pelo menos em tese,
ela tem maior solidez que a pequena;
• Histórico e filosofia da instituição (postura conservadora é melhor nesse tipo
de produto);
• Tradição em Previdência Privada local e/ou internacional;
• Experiência dos profissionais envolvidos na área de Previdência;
• Se já possuir assistidos (participantes que já recebem benefícios), procurar
conhecer se eles estão satisfeitos ou não;
Se possui rating (análise de risco) de agências internacionais.
2. RENTABILIDADE
A rentabilidade das aplicações do plano também deve ser fator preponderante.
Haja visto que se trata de uma capitalização e que, quanto mais o plano render,
maior será sua reserva no futuro.
Porém, deve ser levada em consideração não apenas a rentabilidade no curto
prazo, mas a rentabilidade histórica (de longo prazo), pois esta sim terá grande
repercussão no valor de sua reserva futura.
Para isto, procure saber das rentabilidades acumuladas em períodos anteriores,
quanto maior o período, mais informações você terá e, portanto uma melhor
avaliação poderá ser feita.
Mas, esteja sempre consciente que rentabilidade passada satisfatória não é
garantia de nada, e que somente deve ser considerada, como um indicador de
resultados anteriores.
Portanto, faça as contas, peça ajuda e exija informação.
3. TAXAS DE ADMINISTRAÇÃO
A maioria dos planos de previdência possuem ao menos duas taxas de
administração. Se alguma operadora lhe disser que não existem taxas ou que
existe apenas uma, desconfie e verifique.
Rememorando, as taxas incidentes nos planos de Previdência Privada são:
Taxa de Carregamento que incide sobre as contribuições e cobre despesas
administrativas tais como: envio de extratos, manutenção de uma central de
atendimento, contabilidade, etc.
Taxa de Administração de Ativo que incide sobre o patrimônio do fundo e cobre
despesas com a administração dos recursos. Fique atento, pois esta taxa alguns
“vendedores” costumam omitir.
Taxa de Saída que pode ser cobrada dependendo do Plano, na hora que você
transfere seu plano para outro administrador ou resgata recursos.
As taxas devem ser levadas em conta quando da sua escolha de Previdência
Privada, pois no mercado existem taxas bastante heterogêneas. Na maioria dos
PGBL’s e VGBL’s as taxas variam de 1,0% a 3,5% para os ativos, de 0% a 4% para
carregamento e de 0 à 0,38% para a taxa de saída.
Uma consideração importante é que você deve tomar um cuidado especial com as
taxas de ativo, pois elas terão um impacto muito maior sobre seu fundo no longo
prazo.
Atenção, algumas vezes uma taxa de carregamento baixa pode estar ocultando uma
taxa de ativo mais alta e isto é muito perigoso, pois ao incidir sobre o total
dos seus recursos, tenderá a reduzir a rentabilidade ao longo do tempo.
4. SERVIÇOS OFERECIDOS AOS PARTICIPANTES
Os serviços aos participantes devem ser considerados na sua decisão, pois eles é
que irão garantir seu conforto e, de certa forma, sua tranqüilidade pois fazem a
ligação entre o administrador e você.
Os serviços mais comuns são:
• Atendimento telefônico gratuito; (DDG-0800);
• Informativos e relatórios (vale lembrar que o envio periódico de extratos é
obrigatório);
• Divulgação diária das cotas do fundo nos jornais, para o PGBL e o VGBL, que
apesar de ser uma obrigação legal, deve ser considerada como ferramenta de
acompanhamento do seu plano;
• Internet banking; consulta de saldos, extratos, simulações e movimentações
pela internet;
• Consultas pelo celular e PDA’s (Palmtop);
• Gerente de conta com atendimento personalizado.
5. CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS:
Resta agora apenas você entender e comparar os aspectos técnicos dos produtos
oferecidos pelos administradores.
Estes aspectos que constam na norma técnica do produto na SUSEP, irão impactar
diretamente o futuro do seu plano.
Veja quais são :
5.1 – Tábua Atuarial:
As tábuas atuariais são tabelas com as probabilidades de sobrevivência e morte
de uma população e são utilizadas para o cálculo de benefícios de renda. As mais
comuns para os planos abertos são: AT-49, AT-83 E AT-2000.
Verifique abaixo a esperança de sobrevida de cada uma para as idades de 60, 65
anos e ao nascer:
Tábua Idade AT - 1949 AT - 1983 AT- 2000
Ao nascer 72,68 78,45 79,57
60 17,98 22,12 23,14
65 14,51 18,13 19,05
Quanto mais agressiva (AT-49) for a tábua, menos tempo ela supõe que a população
viverá e portanto os planos baseados nessa tábua, pagarão uma renda maior para
um dado montante acumulado.
Tábuas diferentes implicam em benefícios diferentes, mas também em riscos
diferentes. Explicando melhor: uma tábua mais conservadora, por exemplo a
AT2000, pune o participante oferecendo um benefício menor, porém, ela está mais
condizente com a realidade demográfica implicando em um risco menor da
seguradora ficar insolvente em função de um maior índice de sobrevivência da
população.
Portanto, cabe a você segundo suas necessidades e perfil avaliar e ponderar a
relação risco x beneficio.
5.2 – Taxa de Juro e Correção na Concessão de Benefício:
Esta Taxa de Juro é uma garantia de rentabilidade além da correção mínima, que o
seu benefício de renda obterá. O mercado pode trabalhar com a correção do INPC,
IGP-M (ou outro índice aprovado pela SUSEP), mais uma rentabilidade que varia de
0% a 6%.
5.3 – Excedente Financeiro na concessão do benefício:
Se, porventura, a carteira onde estão aplicadas as reservas de seu benefício
renderem um excedente financeiro (ganho extra) além da correção e da taxa de
juro garantida, poderá haver repasse de parte deste excedente financeiro em
percentual que varia de 50% a 100%.
6. SIMULAÇÕES:
Praticamente todas as empresas de Previdência Aberta fazem simulações de
benefícios futuros levando em conta data de aposentadoria, idade do participante
e valor de contribuição.
Entretanto, estas simulações merecem ser tratadas com cautela e não devem ser o
único fator decisório na escolha do plano e do administrador. Isto porque são
meras hipóteses e não representam a realidade e nem mesmo uma promessa.
Além disto, os parâmetros que deveriam ser comuns para que uma comparação
consistente pudesse ser feita, tais como taxa de juros diferem muito de um
administrador para outro. Não adianta a Empresa A dizer que vai proporcionar um
benefício de R$4.000,00 com a contribuição X, se ela utilizou uma rentabilidade
de 11% a.a, e, uma Empresa B, por outro lado, simular um benefício de R$2.500,00
com a mesma contribuição X considerando uma taxa de 6% a.a. Isto não faz da
empresa B pior que a A pois ela foi apenas mais conservadora e, às vezes até
mais realista utilizando juros mais baixos.
Algo para ser lembrado é que os planos PGBL e VGBL que estão no mercado são
todos de contribuição definida, e isto significa que não existe garantia nenhuma
do valor do benefício.
O objetivo deve ser, portanto, a acumulação de recursos, pois quanto maior seu
saldo acumulado maior seu benefício, e para isto, a rentabilidade e as taxas de
administração (principalmente a de ativo) entre outros fatores são muito
importantes conforme já tratamos.