Investimentos / Fundos - Entenda como funciona e o que esperar da taxa de administração
Embora não seja o principal elemento
a ser analisado na hora de escolher um fundo de investimento, a taxa de
administração é um componente importante da rentabilidade dos fundos. Afinal de
contas, taxas maiores podem reduzir o retorno do fundo, prejudicando o
investidor.
Para quem não conhece, a taxa de administração corresponde à remuneração do
gestor do fundo de investimento. Ela é provisionada diariamente, segundo uma
percentagem do valor aplicado, independente do rendimento. Ou seja, mesmo em um
fundo que mostre rentabilidade negativa ocorre a cobrança de taxa.
Taxas variam bastante
As taxas de administração cobradas nos fundos de investimento variam bastante,
dependendo de diversos fatores, principalmente o tipo de fundo e o montante
mínimo requerido para aplicação. Fundos DI e de renda fixa, por exemplo, tendem
a ter taxas de administração menores que os fundos de ações, por exemplo.
Por outro lado, fundos que permitem a aplicação de valores relativamente baixos
tendem a cobrar taxas maiores. Um fundo DI para quem investe R$ 200, por
exemplo, tende a apresentar taxas superiores a 3%, ao mesmo tempo em que um
fundo da mesma categoria, mas voltado para quem pode aplicar R$ 200 mil, cobra
em torno de 1%.
Complexidade pode justificar taxas maiores
Um dos motivos apontados pelos gestores de recursos como determinantes da
dimensão da taxa de administração é a complexidade dos produtos administrados.
Por exemplo, um fundo de ações tende a exigir mais recursos (análises,
informações, número de profissionais) do que um fundo DI.
Mesmo dentre os fundos que investem em ações, existem grandes diferenças nas
taxas de administração, refletindo as possibilidades de aplicação. Por exemplo,
um fundo que investe exclusivamente em ações da Vale do Rio Doce ou da Petrobrás
pode mostrar taxa duas vezes menor do que um fundo que aplica em uma carteira
diversificada de ações.
Taxa de performance
Além da taxa de administração, que é uma porcentagem fixa dos recursos sob
administração, alguns fundos, principalmente aqueles que aplicam em mercados de
renda variável, podem também cobrar um outro valor, chamado de taxa de
performance.
A cobrança desta taxa ocorre caso a rentabilidade do fundo supere algum patamar
pré-determinado. Um fundo de ações pode conter uma taxa de performance caso sua
rentabilidade supere, por exemplo, Ibovespa + 20% ao ano. Tudo o que superar
este desempenho seria, então, dividido entre o cliente e o gestor.
De certa forma, a taxa de performance pode ser analisada como um incentivo para
que o gestor supere patamares de rentabilidade, já que sua remuneração aumenta
de acordo com o retorno apresentado pelo fundo. Por outro lado, o investidor
deve analisar se esta rentabilidade extra não foi obtida através de riscos
desnecessários.
Importância varia de acordo com fundo
A taxa de administração certamente não deve ser o único parâmetro usado pelo
investidor para escolher um fundo de investimento. Embora em algumas categorias
de fundos, como os referenciados DI, por exemplo, ela possa explicar grande
parte da diferença de rentabilidade entre um fundo e outro, isso não é regra.
Em fundos como multimercados e de ações é muito mais importante analisar a
estratégia e a qualificação do gestor do que as taxas. De fato, a taxa de
administração pode representar apenas uma pequena parte do cálculo de
rentabilidade, já que a capacidade do gestor acertar o ativo correto pode trazer
um impacto muito maior sobre o retorno do fundo.
Valor da cota já inclui taxas
Por fim, vale a pena lembrar que os valores das cotas publicados pelos gestores
já incluem as taxas de administração, que são provisionadas diariamente, de
forma proporcional. Ou seja, após um mês é descontado o equivalente a 1/12 da
taxa anual de administração, de forma que, quanto mais tempo o dinheiro ficar
investido, maior o custo para o investidor.
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