Os maiores gastos com um filho são os de educação. E, nesse quesito, as
maiores despesas são com a faculdade e o MBA que ele poderá cursar. A faculdade
de Medicina de uma das melhores escolas do país, por exemplo, pode custar R$ 170
mil, o equivalente a um apartamento de bom padrão nas principais cidades
brasileiras. Por isso, os especialistas recomendam a realização de uma poupança
específica. Para a maioria dos brasileiros, é a única forma de evitar sustos e
garantir o futuro dos filhos.
Como toda poupança de longo prazo, quanto antes você começar a poupar,
melhor. O ideal, de acordo com Renato Zorzi, diretor de produtos da HSBC
Seguros, é que os pais comecem a fazer a poupança quando a criança nasce. "O
dinheiro rende juros sobre juros e se multiplica em progressão geométrica", diz
Zorzi. "A quantia depositada no nascimento vai render por 18 anos e o que for
depositado no último mês não vai render nada." Segundo uma simulação feita pela
Unibanco AIG, quem quiser acumular uma poupança de R$ 100 mil até o filho
completar 18 anos precisará fazer contribuições mensais de R$ 185. Se começar a
poupar quando ele tiver 5 anos, a contribuição sobe para R$ 330. Se começar
quando tiver 10 anos, R$ 696.
Os bancos oferecem planos de previdência privada voltados para educação ou para
jovens. Os depósitos mínimos iniciais variam de R$ 30 a R$ 70, conforme o plano.
Na maioria, o beneficiário pode resgatar o saldo da s poupança em caso de morte
do pai antes do vencimento do plano.
Há três opções básicas: o agressivo, que aplica mais em ações que em renda fixa;
o misto, que aplica em iguais proporções em ações e renda fixa; e o conservador,
que se concentra em renda fixa. A opção deve variar de acordo com os objetivos
financeiros. Quem começar a poupar no nascimento da criança pode escolher uma
composição mais arriscada. Em economias estáveis, as ações tendem a render mais
que a renda fixa no longo prazo. "O ideal é que os pais comecem a poupança com
uma aplicação mais agressiva e migrem para a mais conservadora à medida que se
aproxima o prazo da retirada", diz Jorge Nasser, diretor de marketing da
Bradesco Vida e Previdência. "Assim, podem ganhar mais no começo e garantir o
que conseguiram no final."
Você também precisa escolher entre duas modalidades de planos de previdência
privada: o PGBL e o VGBL. A diferença é que no PGBL você pode descontar o
investimento do Imposto de Renda, desde que não ultrapasse 12% da renda bruta. O
imposto é pago apenas na retirada, o que faz o dinheiro se multiplicar mais
rapidamente, pois inclui rendimentos sobre os impostos não-pagos. Quem optar
pelo VGBL vai ter de descontar os impostos na fonte, mas ficará livre de fazer
qualquer desconto na hora da retirada.