Finanças pessoais - De que educação precisamos hoje?
Depois de dois meses, as ruas de nossas cidades retomaram seu colorido,
corrido e vibrante movimento: crianças, jovens, adultos e até vovôs e vovós
estão indo para as escolas e universidades. Está começando mais um ano letivo.
Vivemos no mundo da informação. Não precisamos nem procurá-la: ela vem de tudo
que é jeito, de tudo que é lugar, por qualquer meio, de qualquer conteúdo, a
toda hora, em velocidade e quantidade cada vez maiores. Pela televisão, pelo
rádio, pela escola, pela universidade, pelo jornal, pela revista, pelo colega de
trabalho, pelo familiar, pelo outdoor, pela internet, etc. É claro que um grande
número de informações não é garantia de sucesso das pessoas e empresas. De nada
adianta termos à disposição um verdadeiro arsenal de dados e informações, dos
mais variados tipos, se não soubermos filtrar as que são úteis e podem nos
interessar e classificar aquelas de acordo com o grau de importância e
prioridade.
Hoje, na Era da Informação, a educação básica precisaria atender a três demandas
principais:
1. Educação Geral: ensinar a ler, escrever e fazer contas. Sem entrar no mérito
da qualidade do ensino, é, atualmente, mais importante do que em qualquer outra
época da humanidade; sem a certificação básica a pessoa não tem o direito, nem a
oportunidade, de poder disputar qualquer vaga no mercado de trabalho;
2. Educação Profissional: capacitar-nos para trabalhar nas mais variadas
atividades e profissões;
3. Educação Financeira: ensinar a lidar com o dinheiro de forma planejada e
organizada.
Deixamos para trás os anos de ensino primário, alguns o fundamental e muito
poucos o curso superior. Aprendemos alguns conhecimentos básicos – ler, escrever
e fazer contas -, e habilidades acadêmicas e profissionais. Treinamos um monte
de técnicas e procedimentos. Algumas importantes e modernas; outras, no mínimo,
discutíveis. Infelizmente, nunca fomos alertados para entender e saber comandar
o essencial: como planejar, administrar e criar riqueza. Algumas escolas até
tentam fazer alguma coisa nesse sentido como ensinar princípios básicos de
economia, de como investir na bolsa de valores ou de montar e operacionalizar
empresas. E é só.
Se fomos brilhantes, ou nem tanto, na escola e somos profissionais altamente
qualificados ou desenvolvemos atividades de menores exigências técnicas ou de
habilidade, todos precisamos de conhecimentos básicos de finanças. Porque,
independentemente do que fazemos para ganhar a vida, temos que tratar com o
dinheiro.
No tempo da escola ou da universidade, o boletim escolar nos mostrava como
estávamos indo nos estudos – em que pontos estávamos bem e quais os que poderiam
ser melhorados ou, até, corrigidos. Já na vida real, quando seria o momento
adequado para avaliar o sucesso, ou não, da nossa educação? Na festa de
formatura, com o diploma na mão, achando que “chegamos lá”, como algumas pessoas
gostam de dizer, ou na aposentadoria? Alguém já disse que o curso superior é
apenas indício, não prova de competência. Mas, igual as notas ruins do boletim
escolar, um cheque devolvido, a conta que não pagamos, o dinheiro emprestado que
não devolvemos, etc., são as “notas ruins” que mostram que nossa vida financeira
não vai bem.
Em tempos de volta à escola, o tema finanças pessoais, infelizmente, ainda não
faz parte da grade da maioria dos educandários, públicos ou privados, inclusive
de cursos específicos das universidades, como ciências contábeis, economia e
administração. O sistema educacional ainda ignora o assunto dinheiro – nossa
maior tecnologia social -, não ensina como gerir finanças pessoais, não discute
a postura de vida diante do dinheiro e desconhece a relação entre emoções e
sucesso financeiro. A saída é buscar informações em palestras, cursos,
workshops; em livros, revistas e jornais especializados; em programas de rádio e
televisão; em sites da internet, etc. Assim, teremos melhores e mais seguras
condições para tomar decisões financeiras, como e onde investir nossos recursos,
adquirir bens e obter empréstimos.
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