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Investimentos / Fundos - Debêntures: conheça a importância e as condições do mercado secundário 

Data: 30/05/2007

 
 

Os investidores que preferem aplicar seus recursos em papéis de renda fixa e estão dispostos a financiar o setor privado têm à sua disposição as debêntures. Este instrumento de dívida privada deve ganhar cada vez mais popularidade no mercado de capitais brasileiro, sobretudo quando atingir o investidor de menor porte.

As empresas mostram interesse em lançar debêntures, refletindo a trajetória declinante experimentada pelas taxas de juros da economia brasileira. Este movimento dos juros também deve intensificar a busca dos investidores por opções mais rentáveis de investimentos e que sejam menos arriscadas que o mercado de renda variável.

Oferta primária
Aqueles que estão dispostos aplicar seus recursos em debêntures têm duas opções. A primeira delas é ir ao mercado primário, ou seja, adquirir os papéis quando de seu lançamento pela empresa emissora, o que é feito através dos intermediadores da operação. O mecanismo não é muito diferente das ofertas de ações.

Porém, quem comprou uma debênture em uma oferta não é obrigado a ficar com o título até seu vencimento, e pode vendê-lo no mercado secundário. Ou seja, se um investidor ficou de fora da oferta primária poderá também adquirir as debêntures no mercado secundário, comprando-as de quem as tenha adquirido na oferta primária.

Mercado secundário: ambientes de negociação
Normalmente, as negociações do mercado secundário de debêntures podem ser realizadas na Bovespa, através do BovespaFix, ou no mercado de balcão organizado, que é um sistema de negociação devidamente autorizado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

O principal deles é o SND (Sistema Nacional de Debêntures), administrado pela ANDIMA (Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto) e pela Cetip (Central de Custódia e de Liquidação Financeira).

Secundário em desenvolvimento
Entretanto, segundo Daniel Gorayeb, analista de valores mobiliários da corretora Spinelli, no Brasil, o mercado secundário de debêntures nunca foi muito bem desenvolvido, de maneira que, muitas vezes, os investidores eram obrigados a carregar os títulos até seu vencimento.

Acontece que, como nem todos estão dispostos a assumir este risco, o dinamismo deste mercado foi, naturalmente, penalizado. Neste sentido, a boa notícia é que, embora a liquidez no mercado secundário de debêntures ainda tenha suas limitações, este quadro está mudando.

BNDESPAR ajuda a fomentar a liquidez
Um bom exemplo disso foi a iniciativa da BNDESPAR, que realizou uma oferta de debêntures com valores acessíveis ao investidor de menor porte e ofereceu um produto com liquidez diferenciada, através da contratação de formadores de mercado.

Para Gorayeb, a iniciativa da BNDESPAR teve como objetivo revelar aos investidores de varejo uma nova forma de ir ao mercado e, com isso, promover o investimento em debêntures. Neste sentido, os esforços ainda não se esgotaram e estão previstas mais três etapas da oferta, que deve totalizar R$ 2 bilhões.

É possível ganhar mais
A vantagem para o investidor é grande porque, além de não precisar mais ficar amarrado ao título até a data de vencimento, quando o mercado secundário de uma debênture é dinâmico seu preço passa a ter oscilações diárias, e junto com elas, surgem novas oportunidades para fazer bons negócios.

Para quem não participou da oferta, mas tem interesse no ativo, mais do que ter a opção de comprar uma debênture a qualquer tempo, o investidor encontra uma chance de adquiri-lo, muitas vezes por um preço mais baixo que o da distribuição e, conseqüentemente, obter uma rentabilidade maior.

Empresas podem captar pagando menos
Para as empresas, um mercado secundário desenvolvido é importante porque, se tiverem a possibilidade de vender seus papéis sempre que julgarem oportuno, mais investidores estarão dispostos a adquiri-los no seu lançamento. Desta forma, quanto maior for a demanda por parte dos investidores, mais baixo será o custo de captação das emissoras.



 
Referência: -
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