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Carreira / Emprego - Preparação para o Pós-Carreira 

Data: 30/05/2007

 
 

O despreparo do trabalhador brasileiro para o Pós-Carreira é preocupante. Embora sejamos considerados um “país de jovens”, nossa população acima de 60 anos quintuplicou nos últimos 30 anos. Segundo últimos dados do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística (IBGE/2006). Aposentadoria requer um condicionamento mental e social, que a grande maioria das pessoas não possui. Assim sendo, é uma etapa extremamente importante na vida dos indivíduos, pois não só coincide, para muitos, com a presença do envelhecimento bem como, é também um marco de mudança na dinâmica da família, o que implica em novos hábitos, não só daquele que esta se aposentando. É uma etapa que exige preparação. Um empregado, colaborador ou trabalhador de uma empresa qualquer no nosso território, disponibiliza acima 50% de seu tempo total durante a sua vida ativa a uma identidade profissional, relevando a outros planos sua vida afetiva, pessoal e social em busca da satisfação plena dos interesses da organização em que atua.

A principal dificuldade de uma pessoa no processo de transição para a aposentadoria é conseguir uma "sensação" de integração social e preservar a realização pessoal. Três aspectos se tornam preponderantes para o sucesso nesta nova etapa da vida que se inicia, a tranqüilidade financeira, a reeducação e a saúde. A intranqüilidade financeira ocasionada pela não poupança durante a fase ativa e a necessidade de formar os filhos, ingressando-os no mercado de trabalho, fato este que ocorre cada vez mais tarde, contribuem para a permanência dos “mais experientes” no mercado de trabalho. Estudos realizados pelo IPEA, apontam que grande parte das pessoas voltam a trabalhar após se aposentarem porque ainda têm condições de serem úteis e se ficarem em casa vão entrar em depressão, então, o trabalho é uma forma de integração social importante, a ociosidade causa depressão. Cada vez mais se percebe que organizações empresarias sejam públicas ou privadas devem propor ações que venham a mobilizar esforços para a implementação de um programa de pós-carreira, cujos objetivos são:

• Preparar pessoas para que elas construam um projeto de vida na aposentadoria, seja através do melhor gerenciamento de suas reservas financeiras, abertura de uma oportunidade empresarial, ofertar serviços através do acúmulo da experiência profissional ou qualquer outra ação que proporcione ao aposentado, condições para que ele se sinta integrado à sociedade;

• facilitar o processo de sucessão profissional, uma vez que a “fila” tem que girar e uma das formas pelas quais novos entrantes vão ter acesso ao mercado de trabalho é substituindo pessoas que estão se aposentando;

• transformar a aposentadoria numa fase produtiva e feliz da vida;

• administrar o processo de transição na empresa .

Diversas são as vantagens para as organizações que aderem a estes programas, podemos citar algumas tais como:
1. Cumprir o papel social;
2. proporcionar o desenvolvimento de novos talentos;
3. gerar impacto positivo no moral dos colaboradores;
4. facilitar a gestão e transferência do conhecimento na organização;
5. fortalecer a imagem positiva da marca/produto/serviço ("top of mind" positivo).
Para os funcionários destas organizações, podemos observar o entusiasmo nos processos de preparação para o pós-carreira e dentre as vantagens, podemos enumerar:

• Desenvolver um projeto de vida, como idealizar a implantação de um sonho que ficou guardado durante vários anos, mas agora pode ser estruturado e organizado, sua ação de mercado;

• facilitar a transição da identidade profissional para a identidade pessoal;

• motivar as pessoas a desenvolver outros papéis além do profissional, onde podem ser sentir úteis à comunidade em que estão inseridos, através de trabalhos voluntários, associações, participação em ações que contribuam para alavancar benefícios ao município onde vivem;

• elevar a auto-estima, sentir se útil.


Mas voltando apenas à questão dos aposentados, existem algumas variáveis que as empresas podem trabalhar para promover e orientar os colaboradores que já estão em vias de aposentadoria ou que irão se aposentar. Algumas empresas possuem planos de previdência que complementam os benefícios do INSS, isto é bom mais não é tudo. Outras empresas não possuem planos de complementação para aposentadoria, sendo necessário que o colaborador busque no mercado esta complementação para não ficarem apenas dependente das migalhas do INSS. As empresas preocupadas com o bem estar de seus profissionais que muitas vezes dedicaram uma vida por elas devem prepará-los para que a Qualidade de Vida conseguida após anos de trabalhos não sofra prejuízos após a aposentadoria. Na maioria das empresas, continua a existir a grande hipocrisia de que o profissional estará em seu posto para sempre. Falar sobre um futuro em que aquele que está na função hoje deixará de exercê-la é quase um tabu, todos sabem que um dia chegará, mais ninguém quer falar a respeito. As empresas precisam ser mais realistas para com seus funcionários, devem discutir abertamente sobre um plano de ação, objetivando que a transição ocorra de forma ordenada e planejada. Essa preparação consiste em uma reorganização da vida familiar, novas relações afetivas, novos espaços de convívio e de relacionamento fora do mundo do trabalho, novas rotinas e até a diminuição gradativa da jornada laboral. Surgem os trabalhos alternativos, os hobbies, as experiências em artes e ofícios que implicam em autonomia com relação à organização do trabalho.



 
Referência: RH.com.br
Autor: Erasmo Vieira
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