Uma das inúmeras características da globalização é a necessidade da constante
inovação dos processos de produção. Essa modernidade, contudo, não pode
acontecer sem que ocorra um aperfeiçoamento dos profissionais que atuam no
mercado.
O perfil do novo profissional e os desafios enfrentados por ele foram alguns dos
temas discutidos no Simpósio de Tecnologias Automotivas da SAE Brasil, realizado
na última segunda-feira (24), em São Paulo.
Desafios
Com as mudanças cada vez mais velozes do mercado, um profissional moderno
precisa corresponder a alguns desafios impostos pelas empresas, e estas só
pretendem contemplar os profissionais que forem capazes de se adaptar às novas
realidades.
Um bom profissional precisa demonstrar empenho, estar motivado e ser um
empreendedor, de acordo com Emílio Creto, diretor de Recursos Humanos do Grupo
Siemens. Ele completa afirmando que os trabalhadores não devem se restringir a
um segmento profissional, já que essa característica pode acabar restringindo as
oportunidades oferecidas pela empresa.
Doutorado
Um dos grandes problemas enfrentados pelo mercado brasileiro, principalmente
pela Indústria, é a carência de doutores que desenvolvam tecnologia. Segundo
Otávio de Mattos Silvares, reitor do Instituto Mauá de Tecnologia, a
Universidade de São Paulo (USP) foi a instituição de ensino superior, dentre as
principais das Américas, que mais formou doutores no ano passado: dois mil novos
pós-graduados.
Esse profissionais, informa o reitor, são formados principalmente em humanas. Já
os poucos pós-graduados em exatas preferem se voltar à área acadêmica, e não
para o mercado de trabalho.
Como se valorizar
Segundo Emílio, o País precisa formar mais mestres e doutores para
desenvolvimento de tecnologia. Estes, por sua vez, não devem parar de estudar
nunca. "O diploma deveria ter data de validade", sugere o diretor.
A escolha pelo MBA, por exemplo, nem sempre é vantagem, já que há muitas opções,
mas nem todas primam pela qualidade, segundo os especialistas.
Mas o estudante que se pretende um profissional competitivo não deve poupar
esforços para aprender novas línguas. Além do inglês, agora é indispensável
aprender o idioma falado no país de origem da empresa, caso se trate de uma
multinacional.
Para o diretor Administrativo da Engenharia de Produto da General Motors, José
Fernando Penteado, além de boa formação básica e do inglês, um bom profissional
investe em comunicação. Penteado acredita que só alguém bem articulado pode
vender bem sua idéia para a empresa e para os clientes.
Já a empresa precisa manter seus contratados em constante motivação. As empresas
não devem poupar recursos para investir em criatividade e deixar seus comandados
em "permanente estado de inquietação", completa Penteado