Empréstimo / Financiamento - Riscos: Armadilhas do crédito fácil
Quem costuma circular pela cidade já reparou. A oferta de crédito fácil está
em anúncios do metrô, táxis e ônibus, e em folhetos distribuídos nas ruas. A
propaganda também já invadiu jornais, televisão e rádio e são tantas as
vantagens que aqueles que têm dívidas dificilmente conseguem resistir. Dinheiro
em domicílio, liberação em cinco minutos e sem garantia, zero de burocracia.
Quem não gostaria de fazer um empréstimo assim? Pois saiba que por trás de tanta
cortesia pode se esconder uma verdadeira armadilha. O Procon de São Paulo, órgão
de defesa do consumidor, está alertando as pessoas sobre o crédito fácil. Criou
até uma cartilha sobre o assunto. É bom dar uma lida nessas dicas. Elas podem
evitar que você se meta em problemas.
- A primeira coisa a fazer é pesquisar, antes de tomar crédito na primeira
financeira que oferecer as maiores facilidades. Ela pode cobrar taxas de
juros astronômicas.
- Uma pesquisa feita pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac)
mostra que os juros das financeiras são os maiores do mercado – chegam a
ficar entre 11% e 12% ao mês. Só para sua comparação: os bancos cobram cerca
de 4% no empréstimo pessoal.
- Desconfie das instituições que oferecem muitas facilidades. Informe-se
no Banco Central (0800992345 ou pelo site www.bcb.gov.br) se a empresa está
cadastrada e tem autorização para oferecer crédito.
- No Procon ((11) 3824.0446) dá para verificar se existem reclamações
contra a empresa.
- Se decidir mesmo tomar o empréstimo, certifique-se que as parcelas não
vão comprometer demais seu orçamento.
- Também é aconselhável guardar todo o material de propaganda que a
empresa lhe fornecer. Em caso de problemas, como cobranças indevidas, eles
servem para mostrar que a instituição não está cumprindo o que prometeu.
- Ao assinar o contrato, leia-o com atenção. Se tiver dúvidas, não assine.
Recorra a um advogado ao a um órgão de defesa do consumidor.
- Nunca deixe espaços em branco no contrato. Risque o que não for
preenchido.
- Não aceite nada que não estiver escrito. Não adianta nada fazer acordos
verbais quando se mexe com dinheiro emprestado de instituições financeiras.
- As financeiras costumam cobrar uma taxa de abertura de crédito (TAC).
Verifique se essa cobrança já está incluída no financiamento ou será cobrada
à parte. O mesmo vale para o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
- Os contratos de financiamento podem ser pós ou pré-fixados. Nos
contratos pré-fixados, o valor da prestação é sempre o mesmo. Nos contratos
pós-fixados, o valor será atualizado pelo índice estabelecido no contrato.
- Veja o valor da multa que as instituições cobram no caso de atraso de
prestações. Às vezes a multa, os juros e outras comissões podem ser
extorsivas. O Código do Consumidor determina que a multa não pode ser maior
do que 2% do valor devido. Há caso de multa cujo valor é de 20%.
- Sempre que assinar o contrato, guarde uma cópia. Ela é sua garantia.
- Algumas empresas oferecem um seguro que garante o pagamento do saldo
devedor em caso de morte ou invalidez. Observe se isso está sendo oferecido
no seu caso e veja se lhe interessa fazer esse seguro.
- Depois que você assinar o contrato, todos os valores que não forem pagos
são caracterizados como descumprimento do mesmo e podem ser cobrados na
Justiça pela empresa.
- Quem deixa de pagar em dia as prestações pode ser incluído no cadastro
de inadimplentes da Serasa e do SPC. Mas você deve ser notificado por
escrito de que isso está acontecendo.
- Em caso de atraso, lembre-se que nem sempre as empresas são obrigadas a
renegociar sua dívida. Pode ficar a critério da empresa dar as condições
para um novo acordo.
- O contrato deve ser escrito de forma clara, para que a pessoa que está
fazendo o empréstimo não tenha dúvidas.
- O consumidor pode liquidar seu débito antecipadamente (total ou
parcialmente) e terá direito a uma redução nos juros referentes ao período
que está antecipando.
- Nenhuma empresa pode se aproveitar da fragilidade do consumidor para lhe
oferecer qualquer serviço ou vender-lhe produtos
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