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Investimentos / Fundos - Poupança ou renda fixa? 

Data: 30/05/2007

 
 

Ao longo dos últimos dois meses os mortais cotistas foram sabatinados pelos seus gerentes de bancos sobre a alteração nas regras dos fundos com a famosa “marcação a mercado” dos títulos de renda fixa. Após anos fazendo apologia contra a caderneta de poupança e vendendo os fundos DIs e de renda fixa como substitutos quase que perfeitos – praticamente sem risco – com uma rentabilidade bem superior, os “especialistas” mudaram seu discurso tentando convencer seus clientes de que as perdas apresentadas eram contábeis. Seguindo este raciocínio, o cotista só realizaria a perda se resgatasse suas cotas.

Estes gerentes, para preservar o volume de seus fundos e instruídos pelos estrategistas dos bancos, afirmam aos clientes que os “fundamentos” da economia são sólidos, que o Brasil melhorou muito suas contas e que a dívida do governo é completamente administrável. O que não dá para entender é que a alteração das regras só afetou o preço porque o “mercado”, formado por estes mesmos bancos, duvida da capacidade do governo resgatar estes títulos (pagar sua dívida). Com isto, os títulos emitidos pelo governo são negociados pelos bancos abaixo (com deságio) do seu valor justo (de face). Cadê a confiança nos fundamentos?

A incoerência aumenta quando o próprio governo, encurralado com a onda de saque dos fundos, volta atrás em sua decisão e permite que os títulos de renda fixa de curto prazo (vencimento até um ano) sejam contabilizados como antigamente (pela curva, ou seja apropriando diariamente os juros prometidos para o período).

A partir daqui, pelo menos, os bancos passaram a apresentar uma postura mais coerente. A maioria dos bancos de varejo divulgou a intenção de manter a marcação a mercado dos fundos atuais. O que os bancos estão fazendo é lançando novos fundos com esta nova (ou velha) contabilização. Estes fundos estão sendo classificados como Fundos de Curto Prazo – muito parecidos com os Money Markets americanos. A oscilação das cotas destes novos fundos deverá ser menor, espera-se inclusive que seja sempre positiva. Porém a rentabilidade deve ser baixa, uma vez que os produtos já disponíveis apresentam taxas de administração bastante salgadas. O que torna a poupança uma alternativa atraente.

Sendo assim, é muito importante o investidor fazer algumas perguntas ao seu gerente antes de aplicar nestes fundos. Vejamos um exemplo de roteiro.

Qual a “expectativa” de rentabilidade deste fundo em um ano?
R: 19%

Esta rentabilidade é líquida da taxa de administração? Em caso negativo qual o valor da taxa de administração?
R: Esta expectativa é bruta e a taxa de administração é de 3,5% ao ano.

Qual a alíquota do IR para este tipo de fundo?
R: 20%

Existe outro custo, além da taxa de administração e do IR?
R: Sim, existe a CPMF de 0,38% do valor da aplicação.

Com estas perguntas você pode calcular a rentabilidade final da seguinte maneira:
Rentabilidade Líquida da Taxa de Administração: 19% -3,5% = 15,5%
Rentabilidade Líquida do IR: 15,5% X (100%-20%) = 12,40%
Rentabilidade Final descontando a CPMF: 12,40% – 0,38% = 12,02%

Compare este valor com a remuneração projetada para a caderneta de poupança (o seu gerente pode conseguir este valor). Temos que considerar que a caderneta é isenta de IR e de CPMF. Porém, sua rentabilidade só é creditada no dia do aniversário. Ou seja, se você sacar antes da data perde a remuneração de todo o período. Já nos fundos a rentabilidade é apropriada diariamente. Um dado fundamental e que depende apenas de você, é saber o período que o dinheiro ficará aplicado. Quanto mais tempo investido na opção errada, maior o prejuízo.



 
Referência: -
Aprenda mais !!!
Abaixo colocamos mais algumas dicas :