Depois de algum tempo aprendendo a poupar, você finalmente passou para a
segunda etapa: a de investir. Porém, diante de tantas opções, é tomado por
grande insegurança e, literalmente, "trava": opta por deixar tudo como está!
Console-se. O medo de investir é mais comum do que se imagina. Porém, trata-se
de uma situação simples de ser resolvida: você precisa conhecer melhor os
riscos, antes de temê-los. Caso contrário perderá boas oportunidades!
Perigo e oportunidade
Eliana Bussinger, especialista em gestão de finanças e autora de publicações
sobre o tema, utiliza-se da cultura oriental para definir risco, traduzindo-o
como uma mistura de perigo e oportunidade.
Desta forma, fica bastante claro que o medo pode bloquear boas chances de
realizar sonhos, que precisam ser planejados com cautela e informação sobre o
tema.
E quando se pensa em risco, logo se atribui a culpa a fatores externos: e se o
banco "quebrar?", e se a inflação subir?, e se o Governo lançar alguma medida
que possa me fazer perder dinheiro?
No entanto, os riscos individuais, que passam quase despercebidos, são também
bastante prejudiciais para quem planeja investir.
Riscos Individuais
A maneira de agir ou de reagir a determinadas situações pode afetar, e
muito, a boa condução das finanças. Eliana Bussinger destaca algumas atitudes
bastante comuns no dia-a-dia, que muitas vezes não são notadas, mas que precisam
ser vigiadas e corrigidas por quem quer investir:
Delegação - representa deixar a tarefa de decidir para outra pessoa. Você pode e
deve gerenciar o que é seu e tem condições para isso. No entanto, precisa agir!
Procrastinação - trata-se do famoso "deixar para amanhã". Com isso, você
adia as decisões e, conseqüentemente, a realização de seus objetivos.
Segurança - o fato de se sentir seguro diante de uma situação, mesmo que
seja uma falsa sensação, o impede de mudar. É preciso avaliar periodicamente a
sua vida financeira. Mesmo que o momento seja positivo, isto não é motivo para
deixar tudo como está.
Alocação - investir não significa simplesmente colocar todos os recursos
que você tem em uma modalidade de investimento e deixar as coisas acontecerem. A
forma como aloca seu dinheiro é decisiva para um bom resultado. Opte por
diversificar.
Esquecimento - você precisa acompanhar seu investimento. Confiar os
recursos a alguém não dá garantia nenhuma de que sempre lhe oferecerão as
melhores perspectivas de rendimento. O dinheiro é seu e cabe a você fazê-lo
crescer.
Paralisia decisória - significa, no momento de investir, travar diante de
tantas opções. Na maioria das vezes isso ocorre por insegurança, nutrida pela
falta de informação.
Riscos do mercado financeiro
Não há como negar que os riscos atrelados a fatores externos (e alheios à
vontade de cada indivíduo) existem. O mercado financeiro possui alguns aspectos
importantes que podem afetar um investimento, e você deve conhecê-los.
O momento político que um determinado país atravessa e a forma como é conduzido
pelo governo, seus índices de inflação, as taxas de juro e as leis que regem
determinada nação são alguns aspectos que podem afetar este mercado.
Entretanto, não se trata de um motivo a mais para temer a tarefa de aplicar
melhor seus recursos. A melhor forma de gerenciar riscos e aproveitar
oportunidades é mesmo através da informação. Quanto mais você buscar conhecer o
assunto, melhor poderá gerir suas finanças e saberá "temer" na dose certa.
Inclui-se aqui o hábito de interessar-se um pouco mais pela economia
brasileira, estar a par dos acontecimentos políticos e conhecer melhor as opções
de investimento oferecidas pelo mercado.
Portanto, antes de consultar o gerente de seu banco sobre o caminho a tomar, é
importante que você tenha em mente onde quer chegar e quais os meios que dispõe
para isso. Esta é uma boa, e segura, forma de começar!