A relação entre líder e liderado é fundamental para que o trabalho seja
desempenhado com sucesso dentro das empresas. Mas qual é a medida certa desta
proximidade? É melhor ter um gestor muito próximo ou alguém que não se envolve
muito?
Para a consultora da Muttare, consultoria de gestão, Roberta Yono Ebina, não
existe uma resposta certa. Segundo ela, a medida deve ser de acordo com que o
colaborador precisa, mas, para isso, é necessário que o chefe conheça realmente
cada integrante da equipe.
A especialista explica que, dentro de uma organização, existem as pessoas que
se sentem mais seguras se o chefe acompanhar cada passo, ou seja, que ele saiba
quais são as atividades que serão feitas no dia, quais ficarão para o dia
seguinte e quais tarefas são do dia anterior. “Tem gente que precisa que o chefe
sente na mesa e acompanhe tudo”.
Também existem aqueles que preferem que o gestor dê mais liberdade para que
atuem da maneira que acharem melhor, desde que o resultado seja considerado
positivo para a empresa. Isso não significa que o chefe é distante em relação ao
trabalho, mas que ele dá autonomia para seu funcionário. “Ele acompanha o
resultado”.
Entra e sai de reunião
Sobre os gestores, Roberta ressalta que uma figura comum dentro das
companhias é o chefe que entre e sai de reuniões e deixa sua equipe à deriva. Ou
seja, ele está envolvido com várias atividades ao mesmo tempo e não consegue
dedicar um tempo para seus funcionários.
“Neste caso, ou as pessoas fazem o que querem do jeito que querem ou não
fazem nada. A maioria fica sem fazer nada. A pessoa fica esperando o chefe sair
da reunião. Sabe quem sai perdendo? O cliente da empresa. Por isso, ele vai para
o concorrente”, ressalta. Ela acrescenta que estudos comprovaram que o estilo de
liderança reflete entre 20% e 25% no faturamento da empresa.
Amizade entre chefe e funcionário
Também existem gestores que se tornam amigos dos funcionários. Roberta
explica que não existe problema neste tipo de amizade, mas alguns profissionais
podem achar que, por serem amigos, eles não serão avaliados por seu trabalho, o
que é errado.
De acordo com a especialista, geralmente, as pessoas que ocupam cargo de
liderança se sentem isoladas e procuram alguém da equipe para manter um
relacionamento de amizade para ter “um ouvinte”.
É com esta situação que o gestor deve ter cuidado, porque, dependendo da
forma como ele comenta ou desabafa sobre algo ou alguém, ele pode alimentar um
ciclo de fofoca. “Não é errado ser amigo, mas tem que ter cuidado com quem e
como se fala sobre determinadas coisas”.
Vínculo
Por fim, Roberta explica que o líder deve ter um vínculo com a sua equipe.
Segundo ela, o vínculo é baseado no entendimento e na confiança.
“O vínculo entre líder e liderado é fundamental. É por meio dele que os
profissionais respeitam os valores da empresa e juntos alcançam um objetivo
comum. Isso não depende do gestor que trabalha fisicamente perto ou do que
mantém um distanciamento”, finaliza.