Após algum tempo de trabalho na mesma empresa, os profissionais constroem uma
certa imagem. Podem ser conhecidos, por exemplo, como o engraçado, o sério, o
brincalhão, o bonzinho. Mas e quando a fama é negativa e o indivíduo descobre
que é conhecido como o fofoqueiro, o mal-humorado, o sem graça ou o prolixo?
Na dúvida se é possível ou não reverter essa situação, a coach de carreira
Márcia Belmiro afirma que é possível, sim, mas é preciso muita atitude. Márcia
explica que o mais indicado é o profissional estar sempre antenado com sua
imagem, procurando constantemente feedback. “É importante se antecipar”.
No entanto, se ele foi pego de surpresa e acabou descobrindo que sua ‘fama’
na empresa não é das melhores, é preciso adotar algumas atitudes para reverter,
o mais rápido possível, a situação. Lembre-se de que, por mais que o
profissional entregue resultados, tenha um bom desempenho, não falte e seja
comprometido, uma imagem negativa pode limitar seu sucesso profissional.
Como reverter, então, a imagem? Márcia explica que o primeiro passo é mudar
de comportamento. Não adianta o profissional querer mudar a imagem sem trabalhar
a causa. “Não tenho como mudar minha imagem aos olhos das outras pessoas se eu
não mudar o meu comportamento”, explica a coach.
Para mudar o comportamento, a dica é fazer uma autoanálise. Márcia sugere que
os profissionais façam, para si mesmos, uma série de perguntas, como: por que as
pessoas estão me vendo desta forma? Ou quais comportamentos preciso mudar? E, a
partir dessas respostas, é que começa o trabalho, ajustando os pontos que foram
identificados como problemas.
Sem culpar os outros
Muitos profissionais tendem a colocar a culpa em terceiros por sua fama
negativa. Isso, segundo Márcia, é outra postura equivocada. Se você tem uma fama
de mal-humorado, grosso, prolixo, sem educação é mais provável que a culpa seja
sua e não de todos os profissionais que o percebem desta maneira.
Entender que a sua postura está errada, ou seja, reconhecer o erro e partir
para a ação, é outra dica para reverter essa imagem. Para cada caso, algo pode
ser feito. Por exemplo, se o profissional descobriu que tem uma fama de prolixo,
ele pode gravar uma reunião na qual participou e depois ouvir e entender onde
está o problema.
Se a fama é de mal-humorado, “ele pode dizer mais bom dia, rir mais”, sugere
Márcia. Observar o tom de voz, o modo de olhar, enfim, a forma como trata os
demais, são atitudes muito importantes, pois são esses elementos que normalmente
relacionam o profissional a uma imagem negativa.
Eu mudei
Além de mudar de comportamento, é fundamental que o profissional tome
algumas atitudes para fazer com que os outros reparem que ele mudou. Aqui,
também, cada caso é um caso, mas é preciso ter em mente que, por mais que se
mude de comportamento, explica Márcia, “até isso ser percebido externamente leva
muito tempo”. Então, pergunte-se quais ações são necessárias para que as pessoas
percebam o seu novo eu.
Márcia sugere que o profissional assuma que sua imagem era negativa, que ele
trabalhou alguns pontos e que quer ser visto de uma forma melhor. Assim,
pergunte para as pessoas se elas observaram alguma mudança e peça para fazerem
comparações - do antes e do depois -. Dessa forma, além de o profissional se
certificar de que conseguiu mudar sua imagem, ele ainda faz com que as pessoas
percebam a mudança. “Isso ajuda as pessoas a verem que ele mudou”, explica
Márcia.
Antiético
A imagem de mal-humorado, grosso, mal-educado ou prolixo, pode ser revertida
desde que o profissional esteja interessado e disposto a mudar seu comportamento
e agir. No entanto, há casos mais complicados, como o de ter fama de antiético.
Não trabalhar de acordo com os valores da empresa é, conforme explica o diretor
da Bazz Estratégia e Operação de RH, Celso Bazzola, inaceitável.
Neste caso, o profissional deve estar mais preocupado com uma demissão do que
em mudar sua imagem. Roubar ideia de outros profissionais, aceitar suborno, não
agir conforme os valores da empresa, são comportamentos que, caso descobertos,
trarão muitos problemas ao profissional.
De acordo com Márcia, profissionais antiéticos também estão preocupados com
sua imagem. “Não existe imagem que se sustenta na falta de ética”, afirma. No
entanto, diz a coach, dificilmente eles vão conseguir reverter essa situação.