Contas atrasadas, cobrança por telefone, ter o nome negativado ou ter de
pedir empréstimos a familiares são alguns dos motivos que tiram o sono de muitos
profissionais. Quem acredita que os problemas financeiros não influenciam no
desenvolvimento das atividades no trabalho está enganado.
Segundo o diretor-executivo da Ecobenefícios, Alexandre Leite, as pessoas com
problemas deste tipo têm a produtividade afetada. “Assuntos assim incomodam
durante todo o dia, a pessoa fica pensando nos problemas”.
Ele acrescenta que alguns colaboradores chegam a faltar no emprego por dois
motivos, ou para tentar resolver esta situação com a empresa que está cobrando
ou para fazer um trabalho esporádico, conhecido como “bico”, para ganhar um
dinheiro extra.
Funcionários no azul
Para não serem prejudicadas e poderem ajudar os funcionários que estão nesta
situação, algumas empresas aderiram aos programas voltados à saúde financeira. É
o caso da Confirp, que realiza uma um vez por ano um curso ministrado por um
consultor financeiro, que orienta os funcionários como gastar bem o seu
dinheiro.
A gerente de RH (Recursos Humanos), Monica Holler Michaluate, explica que a
iniciativa surgiu quando a consultoria percebeu que muitos colaboradores não
conseguiam pagar os empréstimos consignados feitos em um banco parceiro da
empresa.
“Para muitos, o salário é a única fonte de renda, e eles estavam
comprometendo o pagamento com dívidas. Além disso, alguns gastam seu dinheiro
antes de receber. As pessoas não aprendem na escola como lidar com o dinheiro.
Muitos aprenderam batendo a cabeça”, diz.
Monica acrescenta que, durante o curso, os profissionais aprendem também como
poupar um parcela do pagamento para realizar planos no longo e curto prazo. “Se
policiando, eles conseguem realizar um sonho”.
Sem cartão de crédito
Foi o que a assessora de diretoria da Confirp, Thaíssa Câmara, fez. Após
participar do curso, ela está guardando dinheiro para comprar uma casa. Mas nem
sempre foi assim. A profissional já viu as suas contas no vermelho, devido ao
cartão de crédito.
“Com o cartão, eu gastava mais do que devia. Comprava supérfluos e,
principalmente, livros. Sou viciada em livros”, explicou. O primeiro passo para
Thaíssa evitar que suas dívidas aumentassem foi quebrar o cartão de crédito.
Além disso, ela aprendeu qual era a melhor maneira de gastar o seu dinheiro,
“com consciência”.
Agenda
Além de cursos e palestras, o diretor-executivo da Ecobenefícios aconselha
que as empresas estimulem que seus colaboradores tenham acesso ao conteúdo que
os ajudem a entender melhor sobre planejamento financeiro, poupança, entre
outros assuntos do tipo.
Para ele, é importante que o empregador ensine e estimule seus colaboradores
para que eles façam uma agenda para analisar suas finanças semanalmente. Uma
dica é que, durante esta análise, o profissional considere os orçamentos mensal
e anual. Dessa maneira, ele saberá em quais situações está gastando mais e
conseguirá fazer um reajuste, o que evitará surpresas ruins para o bolso.