A palavra crédito nunca esteve tão presente na vida dos brasileiros. Só que a
facilidade para fazer empréstimos e financiamentos para pagar dívidas e despesas
que não estavam previstas no orçamento pode trazer problemas para os
consumidores.
Afinal, muitos dos que usufruem esses meios não conseguem honrar seus
compromissos pelos mais variados motivos. O endividamento chega e esses
consumidores se veem diante de uma situação bem difícil de driblar.
Percebendo esse contexto, a Fundação Procon-SP listou cinco orientações para
os endividados, com dicas de ações práticas que eles podem adotar. Confira
abaixo!
1 Organização
Definitivamente, o primeiro passo para quem tem dívidas é visualizar a
extensão do problema. Para isso, detalhe todas as dívidas que possui (quem é o
credor, a quantia devida, o tempo que está endividado etc), seus créditos
(salário, rendas extras, colaborações de parentes, aplicações financeiras etc) e
também todas as despesas (desde as fixas até as que variam).
Dessa forma, é possível ter uma visão panorâmica do orçamento e perceber onde
é possível realizar cortes de despesas.
2 Controle
Para controlar efetivamente as despesas, existem algumas medidas radicais -
e necessárias! - que vão ajudar no corte de gastos. Primeiramente, corte tudo
que for supérfluo, como a TV por assinatura e o celular. Pense que isso ocorrerá
por um tempo, até você deixar suas contas no azul. Também evite gastar dinheiro
com lazer, buscando as opções gratuitas que sempre existem na cidade onde você
mora.
Além disso, é preciso realizar uma grande mudança no seu padrão de consumo.
Como? Adeque o padrão de vida aos seus reais rendimentos, mesmo na compra de
produtos essenciais; pequise preço, forma de pagamento e o CET (Custo Efetivo
Total) antes de adquirir qualquer produto; planeje sempre as compras, não agindo
por impulso e gastando somente o necessário; quando sair de casa, leve na
carteira o dinheiro suficiente para as despesas do dia, deixando o cartão de
crédito e as folhas de cheque.
Outra mudança essencial é deixar de enxergar o cheque especial como um
segundo salário, pois ele não é.
3 Educação
Conforme lembra o Procon-SP, a educação financeira é um dos pontos-chave
para controlar o endividamento. Assim, elabore um plano para controlar todas as
despesas e envolva toda a família nesse processo.
Dentro disso, está incluída a necessidade de acompanhar diariamente o saldo
no banco e as despesas pagas no cartão de crédito. Olhando os números com
frequência, vocês terão uma noção mais real do orçamento familiar, e, com
consciência, economias cotidianas poderão ser feitas mais facilmente. Por
exemplo, a redução nas contas de energia elétrica, telefone, transporte e tantas
outras.
4 Ajuste
Uma maneira de ajudá-lo com a mudança de hábitos é ter em mente qual o valor
que realmente pretende disponibilizar para quitar as dívidas. Afinal, tendo um
objetivo concreto, é mais fácil visualizar caminhos para alcançá-lo.
Outra possibilidade para ter o valor para quitar a dívida, além de
economizar, é utilizar o dinheiro que você tem aplicado. Faça as contas e avalie
bem essa possibilidade.
Caso não tenha recursos para saldar as dívidas, pense na possibilidade de
obter crédito com taxas menores, como a antecipação da restituição do imposto de
renda ou o empréstimo consignado. Mas não se esqueça de ficar atento a todos os
valores, principalmente dos juros, taxas, CET e demais encargos, fazendo uma
avaliação criteriosa.
De qualquer forma, independentemente da forma que você escolher para ter o
dinheiro, negocie as dívidas diretamente com os credores ou por meio de uma
conciliação nos postos avançados de conciliação extraprocessual.
5 Regularização
Por fim, ao firmar um acordo de renegociação ou quitar a dívida, mantenha
tudo bem documentado e providencie a regularização da situação perante os
cadastros de inadimplentes. Confira como proceder em cada caso:
Cheque sem fundo
Procure o credor, efetue o pagamento e solicite a devolução do cheque. Caso
a folha tenha sido extraviada, peça a emissão de uma carta de anuência. Com o
cheque ou a anuência em mãos (com firma reconhecida e uma Certidão Negativa de
Protestos), vá ao banco onde possui conta para que a instituição providencie a
retirada do seu nome do CCF (Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundo).
Título protestado
Vá ao cartório que registrou o protesto e solicite uma certidão para saber
quem protestou o título. Em seguida, pague a dívida com o credor e exija uma
declaração que comprove a quitação e autorize o cancelamento do protesto. Com o
documento em mãos, volte ao cartório e providencie o cancelamento.
SCPC/Serasa
Primeiro, pague ou negocie a dívida com a instituição credora (cartão de
crédito, loja, banco, financeira etc). Após o pagamento integral ou da primeira
parcela do acordo, o credor deverá enviar uma notificação pedindo a exclusão do
seu nome do cadastro de inadimplentes. Caso você não saiba o valor da dívida ou
quem é o credor, vá pessoalmente ao SCPC (Serviço Central de Proteção ao
Crédito)/Serasa com identidade e CPF para solicitar essas informações.
E lembre-se de que, para a exclusão do cadastro de emitentes de cheques sem
fundo ou o cancelamento de protesto, há cobrança de tarifas.