No decorrer dos anos, quantas vezes você precisou de um conselho ou de um
ombro amigo para escutar seus problemas? Mas será que familiares e conhecidos
mais próximos são os mais indicados para discutir situações relacionadas àsua
carreira ou vida profissional?
Eles podem até ajudar, mas não exercerão tão bem o papel de um mentor.
Entretanto, não é qualquer profissional que pode ser este “tutor”. É o que
explica a consultora de RH (Recursos Humanos) e coach Maria Bernadete Pupo.
Segundo a especialista, é fundamental que o mentor tenha ao menos 10 anos a
mais de experiência profissional do que o tutorado, seja um bom ouvinte, saiba
dar feedback e, principalmente, seja apaixonado pela sua profissão.
“O mentor tem gosto pelo papel de tutor. Além disso, ele tem de ter bom
relacionamento, tem de saber lidar com as pessoas”, diz.
Indicar caminho
A coach acrescenta que, no processo de mentoring, o mentor não diz o que o
profissional deve fazer, mas, sim, compartilha experiência, tira dúvidas e
desafia o profissional, para que assim o tutorado encontre a resposta que
precisa.
“É diferente de treinamento. Ele mostra o caminho que a pessoa deve seguir,
as opções que ela tem. Desta maneira, o próprio profissional escolhe o que vai
fazer ou apenas escuta e não decide por nenhuma das sugestões. Isso ajuda no
processo do desenvolvimento”.
Empresa
O mentor pode ser escolhido pelo próprio profissional informalmente ou pela
empresa. Segundo a coordenadora de RH (Recursos Humanos) da Quality Training,
Danielle Filizola, muitas empresas escolhem mentores internos dentro da
organização para auxiliar os profissionais recém-contratados. Os escolhidos são
referência na área em que atuam dentro da organização.
Neste caso, o mentor, além de ter as técnicas comportamentais consideradas
ideais para a empresa, têm conhecimento técnico, auxiliando assim no
desenvolvimento do trabalho dentro da organização.
“Quem está chegando deve ter simpatia pelo mentor. Ele é a referência dentro
da empresa, por isso, tem de saber transmitir seus conhecimentos de forma
didática”, acrescenta.
A especialista explica que ter um processo de mentoring é positivo tanto para
a empresa como para o mentorado e mentor.
No primeiro caso, o empregador mostra que se preocupa com o profissional, o
que gera valorização e, como consequência, retenção profissional. Já para o
profissional escolhido como mentor, é positivo porque ele é reconhecido como
referência, enquanto que o tutorado tem alguém que pode acrescentar muito em sua
carreira.