Qual a importância do autoconhecimento para o trabalho em equipe? O que mais
vemos nas organizações são comportamentos que sinalizam uma grande dificuldade
de lidar com as diferenças humanas: comportamentos que demonstram irritação
quando opiniões divergentes estão colocadas em discussão. Rigidez em um
posicionamento, comportamentos de defesa e de ataque, interesses individuais
sendo defendidos e influenciando decisões coletivas sinalizam a dificuldade das
pessoas em trabalhar em equipe, ficando mais critico quando as pessoas não
conseguem perceber que agem de tal maneira, reagindo a situações de forma
automática.
O que eu vejo nas outras pessoas que me incomoda? O que isso tem a dizer
sobre mim? Quando uma opinião divergente/contraditória é colocada em discussão
qual é a minha reação? Qual é a minha forma de olhar para o mundo? Como minhas
crenças, valores, preconceitos influenciam minha percepção sobre o outro e sobre
as coisas? Estas são algumas perguntas que vemos poucas pessoas se fazerem no
ambiente organizacional e que sinaliza a dificuldade de se autoconhecerem.
Autoconhecimento é um conjunto de informações sobre si, a respeito de
comportamentos, características pessoais, forças e áreas de oportunidades de
melhorias individuais. Comportamento aqui entendido como a resultante das
características pessoais (tipo psicológico, valores pessoais, experiências,
educação, etc.) interagindo com as variáveis da situação. Entender, portanto,
que em diferentes situações cada indivíduo aprende a reagir com comportamentos e
atitudes distintas, auxilia e fortalece a importância do autoconhecimento para o
trabalho em equipe. Saber o impacto das ações nos demais integrantes da equipe,
aquilo que ajuda e que atrapalha o bom desempenho, o que agrega valor e colabora
com as demais pessoas. Mas, como, então, cada pessoa da equipe pode saber do
impacto que gera na própria equipe?
Percepção é a impressão colhida pelos sentidos ou a faculdade de perceber
pelos sentidos. Este movimento de captar o mundo exterior é parte do processo
daquilo que nos referimos como "percepção". Aquilo que é captado pelos órgãos
sensoriais: olfato, paladar, ouvido, tato e visão passam pelo processo de
internalização. Na medida em que algo é captado e internalizado, aquilo que foi
captado não pertence mais ao mundo exterior, mas sim ao mundo interior de cada
indivíduo. Esta forma interiorizada sofre influências deste novo mundo.
Estas influências se dão no sentido de moldar, de significar aquilo que é
trazido de fora através da associação aos conhecimentos acumulados, às
experiências vividas e processos psicológicos específicos de cada indivíduo.
Quando nos referimos às "lentes" e "os filtros" estamos nos referindo ao
processo de influência do mundo interior do individuo sobre aquilo que é captado
do mundo exterior. Estes filtros ou lentes levam as pessoas a entenderem dada
situação baseada nos próprios filtros, de maneiras bem diferentes do que
realmente pode ser, e mesmo distanciando das percepções de outras pessoas.
Assim, podem gerar distorções, pré julgamentos e, por fim, promover desvios na
comunicação e possíveis decisões equivocadas.