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Investimentos / Fundos - A personalidade reflete no perfil de risco dos investidores? 

Data: 15/10/2011

 
 
Você imagina que aquelas pessoas mais ousadas, que pulam de paraquedas, voam de asa delta e vivem perigosamente são as que mais se arriscam quando o assunto é investimento, certo? Não necessariamente. De acordo com especialistas, uma coisa não tem uma relação direta com a outra.

Segundo a psicóloga econômica e autora do livro “A Cabeça do Investidor”, Vera Rita de Mello Fereira, a personalidade do indivíduo não indica a maneira como ele irá tomar as suas decisões em relação às aplicações financeiras. “A forma como a pessoa é em sua vida não sinaliza que ela será da mesma maneira quando o assunto é investimento”, afirma Vera.

Para ela, a maioria dos indivíduos possui aversão à perda, independentemente de como eles são em sua vida pessoal. “As pessoas não querem ficar sem aquilo que já possuem”, diz.

Ela ressalta que, muitas vezes, os indivíduos acabam aceitando mais riscos porque não se dão conta de que estão realmente correndo um risco real. “No fundo, elas acham que tudo vai dar certo e por isso acabam aceitando”, afirma Vera.

A diretora de Operações de Varejo da WinTrade, home broker da Alpes Corretora, Mariana Borges, concorda que a personalidade do indivíduo não reflete necessariamente a maneira como ele investe no mercado acionário. “Não acredito nesta relação entre a maneira que a pessoa lida com seus investimentos e a sua forma de agir com questões pessoais. Uma pessoa conservadora na vida pessoal pode ter um perfil moderado ou agressivo e o mesmo vale se for o contrário”, diz Mariana.

Perfil do investidor
Já que não é tão simples saber qual é o seu perfil de investimento apenas olhando para a personalidade, é obrigatório que o cliente preencha um questionário ao abrir a conta em uma corretora de valores, justamente para que seja identificado qual tipo de investidor vai operar e quais as aplicações mais adequados para ele.

“Este procedimento é importante para que o cliente conheça qual é o seu perfil de investimentos e consiga escolher os produtos que mais se encaixam nas suas necessidades”, afirma Mariana. "Outro ponto é que a corretora consegue conhecer melhor o seu cliente e oferecer um produto diferenciado de acordo com a necessidade do cliente”, continua.

De acordo com a executiva, além de indicar para o cliente quais os melhores investimentos para as suas pretensões e características individuais, a análise de perfil evita que o investidor se afaste do mercado acionário por não se adaptar à maneira como estava investindo. “Se a pessoa começa a investir da maneira errada, pode acabar tendo prejuízos e não querer mais voltar para investir em ações”, diz Mariana.

Gênero e idade
Segundo ela, de uma maneira geral, os homens aceitam correr mais riscos no mercado acionário do que as mulheres. “Normalmente as mulheres são mais conservadoras do que os homens, estudam mais antes de começar a investir. Elas realmente procuram saber saber bem onde estão colocando o dinheiro”, diz a executiva.

Segundo ela, a idade também influencia na decisão sobre os investimentos. “Pelo que nós percebemos, quanto mais novos os investidores, maior o apetite por risco”, diz Mariana. “Por isso, homens mais jovens, até a faixa dos 30 anos, são os que costumam ser mais tolerantes a riscos. À medida que a idade vai avançando, eles começam a mudar um pouco e a preferir investimentos mais conservadores”, conclui.



 
Referência: InfoMoney
Autor: Diego Lazzaris Borges
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