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Entrevista de emprego - Quando começar a falar de investimentos com os filhos? 

Data: 15/10/2011

 
 
Seu filho já tem alguma noção sobre a importância do dinheiro, vocês costumam discutir sobre o assunto em casa e as finanças não são um problema na família. Então, quando se deve começar a mostrar para as crianças a importância dos investimentos e introduzir a cultura de aplicar o dinheiro no universo dos jovens?

De acordo com o educador financeiro e sócio-fundador da Mais Ativos, Álvaro Modernell, o assunto “investimento” é algo bastante subjetivo para as crianças, pois envolve o conceito de risco/retorno, ou seja, a possibilidade de ganhos (e consequente aumento de patrimônio) ou perdas, dependendo do tipo de aplicação escolhida.

Por este motivo, ele recomenda que este tema só seja abordado quando a criança já tiver aprendido o conceito de formação de poupança. “Ela já precisa saber o que é uma poupança, precisa saber juntar suas moedinhas, guardar uma parte da mesada, algo que possa acumular um dinheiro e ter consciência de como isso é feito”, afirma Modernell.

Portanto, antes de começar a introduzir a criança no universo dos investimentos, os pais devem mostrar a importância de conseguir separar uma parte da renda com o objetivo de investir e acumular capital. “Elas têm que aprender a escolher objetivos que façam valer a pena o sacrifício do investimento", diz. "Também é preciso ensinar o consumo consciente, ou seja, como comprar produtos compatíveis com a sua realidade econômica”, completa.

O educador ressalta que este processo de conscientização demora, em média, de dois a três anos. “O ideal é que se comece a falar sobre dinheiro e finanças quando a criança tiver por volta de 6 a 7 anos. Por isso, o assunto investimento pode começar a ser abordado a partir dos 9 ou 10 anos”, aconselha Modernell.

Tipos de aplicações
De acordo com ele, o ideal é que as crianças comecem a aprender a investir por meio de aplicações mais simples, como a caderneta de poupança, fundos de previdência ou mesmo fundos de renda fixa. “No início, é muito difícil para uma criança entender o conceito de renda variável. Por isso, o ideal é começar por aplicações em que sempre a rentabilidade é sempre positiva”, afirma Modernell.

A educadora financeira e diretora do The Money Camp, Silvia Alambert, concorda que os pais devem começar mostrando para as crianças investimentos mais fáceis de serem compreendidos. “A caderneta de poupança é simples e mostra para a criança a importância do investimento, do planejamento do futuro”, diz Silvia.

Para Modernell, o próximo passo é ensinar o conceito de empreendedorismo e a importância deste tipo de atitude para a vida adulta. “Como montar um negócio próprio, ou comprar um terreno para investir, por exemplo. É importante que os pais mostrem que existe uma combinação entre capital e trabalho e, muitas vezes, viabilizar um negócio pode ser um excelente investimento”, diz Modernell.

Depois de ter noção desses conceitos, ele diz que o jovem já está mais bem preparado para entender o funcionamento e as principais características do investimento em renda variável. “O investimento no mercado acionário não é tão simples de ser compreendido. Existem dois pontos que podem confundir um jovem que está começando. Em primeiro lugar, se a ação tiver um desempenho muito bom, o jovem pode ter a noção errada de que sempre será assim e que é tudo muito fácil. Já se tiver um desempenho muito ruim, pode criar uma aversão e a criança pode não querer mais investir”, diz Modernell.

De acordo com Silvia, quando a criança é introduzida no mundo dos investimentos desde cedo, fica muito mais simples entender o significado dos termos e o funcionamento do mercado de capitais. “Elas vão aprendendo aos poucos e assim conseguem assimilar de maneira muito tranquila”, diz.

Formando investidores conscientes
Modernell ressalta que este tipo de atitude dos pais, inserindo as crianças e jovens nos investimentos, é importante e pode ajudá-las a se tornarem adultos mais conscientes e bem sucedidos com as próprias aplicações financeiras.

“Passar informação de que a poupança é algo positivo, mostrar que o dinheiro faz parte do dia a dia, que as relações estão próximas do dinheiro, tudo isso é muito importante para evitar que esses jovens entrem em armadilhas no futuro”, afirma.

Para Silvia, este tipo de conhecimento vai preparar a criança para enfrentar a vida real. “Vivemos em uma era de conhecimento e as coisas mudaram muito. As crianças precisam entender como funcionam as finanças, pois isto é algo que vai influenciar bastante as suas vidas”, conclui.



 
Referência: InfoMoney
Autor: Diego Lazzaris Borges
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