Quando o assunto é a busca por um novo emprego, muitas dúvidas surgem na
cabeça dos candidatos. Aqueles que acabaram de ter filhos sofrem com a
possibilidade de o empregador não querer pessoas com crianças pequenas. Outros,
mais velhos, temem ser preteridos por conta da idade. Mas será que esses fatores
realmente contam?
Para esclarecer estas e outras dúvidas, o portal InfoMoney consultou a
headhunter da De Bernt Entschev Human Capital, Juliana Gomes. Veja, abaixo, as
respostas.
Idade atrapalha?
Segundo Juliana, quando o assunto é idade, as pessoas temem ser preteridas
por serem mais velhas ou serem novas demais. Neste último caso, sobretudo, se
estiverem pleiteando um cargo de liderança.
Entretanto, de acordo com a headhunter, tudo depende da posição e do perfil
da empresa. “Não adianta querer colocar um profissional mais jovem para liderar
pessoas com perfil sênior, por exemplo, e vice-versa”.
Ter filhos é um problema?
A questão de que as empresas não querem contratar pessoas com filhos,
sobretudo pequenos, é um mito, afirma a especialista.
De acordo com ela, cada vez mais, as empresas estimulam a qualidade de vida
do profissional e esperam que ele saiba administrar o tempo. “A questão é de
maturidade de administração”.
Morar longe pode?
A distância e especialmente o tempo de deslocamento entre casa e trabalho
são fatores nos quais as empresas prestam atenção, ganhando ainda mais
importância nas grandes cidades, como São Paulo.
Por outro lado, Juliana explica que o tempo de deslocamento não é um fator de
eliminação, mas pode ser “um voto de minerva” em alguns casos.
Não ter perfil em redes sociais é um crime?
As redes sociais entraram definitivamente na vida das pessoas e isso inclui
o mercado de trabalho. Atualmente, diz a especialista, os recrutadores
investigam como as pessoas se relacionam na rede, observando tanto o
relacionamento com amigos como com o networking.
“As pessoas têm que estar na rede, ligadas no que está acontecendo”.
Ser mandado embora é sinal vermelho?
Ter sido mandado embora do trabalho não é motivo para preocupação. O
problema, diz Juliana, é quando a dispensa se torna recorrente.
“É perfeitamente natural sair quando os valores da empresa não combinam mais
com os da pessoa. O problema é quando isso acontece repetidas vezes”.
Muitos empregos em pouco tempo é ruim?
Neste caso, explica a especialista, a imagem do candidato pode ser
prejudicada. O ideal é que a pessoa termine os projetos começados e fique ao
menos de um a dois anos em cada companhia.
O contrário, acrescenta, ficar muito tempo em uma empresa também é ruim,
especialmente se a pessoa não obteve qualquer evolução no período.
Processo de trabalho e licença saúde impedem novo emprego?
Ter no “currículo” um processo de trabalho ou uma licença saúde não impactam
na busca por um novo emprego, esclarece Juliana. Contudo, no primeiro caso, diz,
muitos processos podem chamar a atenção.
Já no segundo, independentemente do que tenha acontecido, explica, o que
importa é postura do profissional, o comprometimento com o trabalho e os
resultados obtidos.