Organizar as finanças e conseguir adequar os gastos à renda mensal. Pode até
parecer simples, mas muitas pessoas ainda sofrem com questões como estas e não
levam em consideração as etapas da vida para estipular metas e objetivos
financeiros.
Os especialistas em finanças ressaltam que o orçamento pode ser adequado para
as diferentes fases da vida, desde os jovens, que normalmente ainda não têm uma
família constituída e possuem gastos específicos, com diversão, roupas e
estudos, por exemplo, até os aposentados, que já não estão mais no mercado de
trabalho e possuem outros tipos de gastos, com saúde e medicamentos, por
exemplo.
Dos 20 aos 30 anos
Nesta idade, muitas vezes, o jovem ainda mora com os pais e não possui
tantas responsabilidades financeiras. Por isso, segundo a especialista em
finanças e diretora do The Money Camp, Silvia Alambert, esta é a hora de tentar
economizar o máximo possível e aproveitar para investir.
“Nessa faixa etária, para aqueles que ainda moram com os pais e já possuem
uma renda mensal, é possível direcionar de 35% até 50% do salário para uma conta
de investimento”, ressalta.
Para a educadora, é importante começar a pensar na aposentadoria desde muito
cedo, para evitar grandes esforços financeiros ao longo da vida. “O quanto antes
se começar a pensar nisso, melhor. Quanto mais o tempo vai passando, mais
difícil de alcançar determinado objetivo”, diz a educadora.
A opinião é compartilhada pelo educador financeiro e sócio fundador da Mais
Ativos, Álvaro Modernell. “O ideal mesmo é que os próprios pais comecem a pensar
na aposentadoria dos filhos. Se isso não acontecer, o jovem deve se preocupar
com isso assim que conseguir o primeiro emprego e já destinar uma parte da
renda”, afirma Modernell.
Segundo o educador, com o mercado de trabalho aquecido, já é possível que os
jovens sejam até mais criteriosos para escolher a empresa em que vão trabalhar.
“Eu aconselho para aquelas pessoas que tiverem oportunidade de escolher emprego,
para optar por empresas que oferecem plano de previdência”, diz Modernell.
De acordo com ele, uma das vantagens dos planos de previdência empresariais é
que, na maioria dos casos, a cada real investido pelo funcionário, a empresa
coloca outro, o que aumenta consideravelmente o benefício.
Adequar o orçamento
De acordo com Silvia, não é preciso que o jovem deixe de fazer as coisas de
que mais gosta, como sair com os amigos, mas é importante adequar estes gastos à
sua realidade e conciliá-los com a renda.
“Se for o caso, é importante refazer a contabilidade, para viver dentro do
orçamento”, ressalta a educadora.
Para o sócio da Mais Ativos, o jovem não precisa deixar de fazer nada do que
estava acostumado. Mas é importante respeitar duas condições: “separar uma parte
da renda para investimento e comprar sempre à vista”.
Por volta dos 35 anos
Nesta fase da vida, as pessoas já estão inseridas no mercado de trabalho e a
renda já está mais consolidada. Ao mesmo tempo, as responsabilidades costumam
ser bem maiores. Gastos com escola, saúde dos filhos e financiamentos são
bastante comuns nesta etapa da vida.
Com isso, é preciso aproveitar o bom momento da carreira. “Normalmente as
pessoas estão próximas do ápice profissional. Esta é a hora de produzir o máximo
possível para que gere renda e para reforçar a parte de previdência”, ressalta
Modernell.
Segundo ele, além do plano normal de previdência, é importante pensar em
outros investimentos complementares para o longo prazo. “É importante
diversificar, formar uma carteira de ações para daqui a 20, 30 anos poder
utilizar os benefícios da renda passiva” , diz Modernell.
Aposentadoria
Para aqueles que já estão na idade de se aposentar, os gastos geralmente
passam a ser outros. “A pessoa deixa de se preocupar com despesas relativas aos
filhos, mas surgem outras, com saúde e medicamentos”, aponta Silvia.
Assim, de acordo com Modernell, se você poupou durante toda a vida e agora
possui uma renda suficiente para parar de trabalhar e viver de maneira
confortável, é hora de aproveitar, sempre com moderação.
“Quem se preparou para este momento da vida tem uma tranquilidade muito
maior. É importante apenas ser um pouco mais conservador com os investimentos,
já que o tempo de recuperação é menor. Também é possível viajar, aproveitando
estações intermediárias, quando os preços são mais baratos”, diz.
Já para quem não fez um plano de aposentadoria e não possui uma renda
suficiente, é mais complicado. “Depender apenas da Previdência Social pode
ocasionar uma queda muito forte da renda”, diz Modernell.
Neste caso, se for possível, ele aconselha que se continue a trabalhar,
tentando economizar o máximo possível. “A pessoa pode trabalhar com consultoria
para buscar uma renda complementar”, exemplifica.