Com as recentes quedas do mercado acionário brasileiro e as incertezas sobre
os rumos da Bolsa, os especialistas recomendam que os investidores planejem cada
vez mais a entrada nas aplicações que envolvem renda variável.
Assim, antes de decidir pela compra de ações de determinada empresa, é
importante fazer alguns questionamentos e entender quais são os riscos inerentes
à operação. Para ajudar os iniciantes neste mercado, o especilista do MoneyFit,
André Massaro, listou 10 perguntas que o investidor deve fazer antes de entrar
no mercado de ações:
1- Eu já sei o que é o mercado de renda variável?
Em primeiro lugar, se você não sabe a diferença entre renda fixa e renda
variável, provavelmente não está preparado para entrar no mercado de ações, na
opinião de Massaro. Ele lembra que, por se tratar de renda variável, o preço das
ações pode variar, tanto positiva quanto negativamente. “É possível ganhar ou
perder nesse mercado e é importante o investidor ter consciência disso”, pontua.
2- Preciso de algum tipo de ajuda para tomar decisões de investimentos?
Para Massaro, essa é uma pergunta que o investidor deve se responder com
muita sinceridade. Se a resposta for “sim”, é importante que ele recorra apenas
a profissionais certificados e autorizados pela CVM para emitir opiniões. “Fuja
das 'dicas quentes' e dos espertalhões de plantão como se estivesse fugindo da
própria morte”, aconselha.
3- Qual é o meu perfil de investidor?
De acordo com o especialista do MoneyFit, uma das chaves para o sucesso nos
investimentos é o autoconhecimento. "Saber qual é seu perfil de investidor
(medroso, conservador, moderado, agressivo ou “maluco”) é fundamental para
definir qual a abordagem correta e a estratégia de investimentos mais adequada",
afirma.
4- Eu tenho dinheiro suficiente?
Massaro lembra que, atualmente, a bolsa de valores está muito mais acessível
ao pequeno investidor do que em outras épocas, mas, ainda assim, para investir
de forma segura e vantajosa, é preciso uma determinada quantia de dinheiro.
“Quem não tem recursos para compor uma carteira minimamente diversificada e
balanceada deve optar pelos fundos ou clubes de investimento”, ressalta.
5- Sozinho ou em grupo?
A decisão de entrar na bolsa diretamente ou por meio de um fundo ou clube de
investimentos não é determinada apenas pela quantidade de dinheiro disponível
para investir, segundo ele. Muitas vezes o investidor pode ficar mais à vontade
deixando seus recursos nas mãos de um gestor profissional, associado a uma
instituição financeira, que vai administrá-lo juntamente com o dinheiro de
outros investidores. Investidores mais abastados podem, inclusive, contratar os
serviços de um gestor exclusivo.
6- Eu tenho algum plano de curto prazo para o dinheiro que vou investir?
“Se a resposta for 'sim', faça um favor a si mesmo e esqueça as ações”,
aconselha Massaro. Nestes casos, ele recomenda um investimento “seguro, estável
e de alta liquidez”, como títulos públicos de renda fixa.
“Apenas coloque em ações aquele dinheiro que não vai precisar tão cedo, assim
não correrá o risco de ser obrigado a se desfazer de suas ações em um período de
baixa, tendo que realizar prejuízos”, diz.
7- Já defini com qual corretora vou operar?
Transações com ações em bolsa são, necessariamente, conduzidas por
intermédio de uma corretora de valores. Caso não tenha uma conta em uma
corretora, é a primeira coisa a providenciar. Pesquise as corretoras – existe
grande variação de preços e níveis de serviço. Uma lista completa das corretoras
autorizadas a operar no mercado está disponível no site da BM&FBovespa.
8- O que eu devo saber sobre uma empresa antes de comprar suas ações?
O especialista do MoneyFit lembra que o dinheiro que você está colocando em
risco é seu, então, é sempre bom ter um bom motivo para fazê-lo. “Procure saber
algo sobre a empresa da qual vai comprar ações, como sua situação financeira, o
mercado onde atua e seus principais gestores. Se preferir (e tiver o
conhecimento) poderá tomar suas decisões baseado em análises de preços e
gráficos, mas certifique-se sempre de ter uma boa razão para comprar”,
recomenda.
9- Como é o tratamento fiscal?
Massaro lembra que o investimento em ações tem suas peculiaridades fiscais. Os
ganhos com ações devem ser declarados mensalmente. “Existem alguns intervalos de
isenção para vendas dentro de determinado mês e alíquotas diferenciadas conforme
o prazo das operações. É importante que o investidor se informe adequadamente
para evitar problemas futuros com as autoridades fiscais”, afirma.
10- O que eu faço se o mercado cair?
De acordo com Massaro, a não ser que você seja um profissional do mercado ou
pelo menos um investidor muito experiente e preparado, o melhor a fazer numa
situação assim é “nada”. “Quedas fazem parte do 'jogo' e deve-se estar preparado
para elas antes de começar”, diz. “Ficar angustiado com o comportamento das
ações é algo contraproducente e que frequentemente nos leva a tomar decisões
erradas. Mantenha a cabeça fria, não dê ouvidos às opiniões alheias e siga sua
estratégia até o fim”, completa.