Boa parte da formação de um profissional ocorre durante o período de
graduação, na faculdade. É lá, em geral, que serão ministrados os primeiros
ensinamentos específicos para a carreira, que ocorrerá o primeiro networking
dentro da área de atuação esperada, e, principalmente, o contato inicial do
profissional com a área de trabalho almejada.
E, esse contato costuma acontecer, principalmente, por meio dos estágios, que
se dão ou na própria universidade, em atividades de monitoria, empresas e
agências juniores, ou em empresas do mercado, organizações e corporações.
De acordo com o gerente de projetos do Grupo Foco de recrutamento, Rudney
Pereira Junior, existem diferenças entre as duas experiências, mas elas podem
ser vistas como complementares. “Não dá pra você nivelar, as duas situações são
diferentes, mas também é óbvio que uma experiência em uma empresa júnior coloca
o candidato um passo a frente do que o que não teve nenhuma experiência, por
exemplo”, analisa.
O consultor lembra que há momentos e situações em que é mais complicado para
o candidato conquistar espaço em uma empresa. “No começo da faculdade, por
exemplo, é mais difícil arrumar estágio, e a empresa júnior, dentro da
universidade, surge como opção. A trajetória do aluno dentro da universidade
mostra o interesse e a preocupação em se preparar para o mercado de trabalho,
complementar a experiência teórica com uma ação mais prática”, lista Junior.
Valorização
Mesmo assim, o gerente do Grupo Foco acrescenta que todo tipo de atividade
que contribui de alguma forma com a formação do estudante ajuda a valorizar o
currículo.
“Ações como monitoria, atuação em uma empresa júnior e trabalho no diretório
acadêmico mostram a preocupação em assumir responsabilidades, o acréscimo em
contato com os colegas e a complementação em experiência prática”, diz ele.
Junior explica ainda que, enquanto a atuação em uma empresa júnior ou
experimental tem uma supervisão e um contato "monitorado" com a realidade do
mercado através da universidade, o estágio convencional vem como uma
configuração de relação de trabalho e tem um peso um pouco maior.
“Ele acaba dando uma visão de relação de trabalho, costuma ser mais 'pesado',
porque você atua junto a profissionais já prontos, com atuações ligadas à
realidade profissional, com maior grau de pressão”, analisa.
Networking
Por outro lado, mesmo atuando em um ambiente que não inspira a mesma
cobrança de uma empresa convencional, Junior recomenda que os estudantes que
atuam em agências ou empresas juniores aproveitem a oportunidade de desenvolver
um bom relacionamento com potenciais futuros colegas de profissão e área e
agregar aprendizados específicos para sua área.
“Existe a possibilidade de você conseguir uma colocação no futuro, em função
desse contato iniciado na universidade ou de fazer parcerias que possam ajudar
no mercado”, destaca Junior.
E independentemente da experiência ter ocorrido em um estágio convencional ou
dentro da universidade, Junior orienta que, na hora de apresentar o conhecimento
e competências desenvolvidas - como em uma entrevista de emprego -, o
profissional esteja preparado para ser claro, objetivo e focado.
“É importante mencionar no que sua experiência contribuiu para o crescimento,
o que ele conseguiu evoluir. Ele precisa ter em mente que, ao buscar uma
experiência inicial, não é o vasto portfólio de suas experiências que está sendo
avaliado, mas o seu potencial para determinada área ou empresa que está sendo
avaliado”.