Em algumas empresas, o processo de seleção de novos profissionais inclui a
opinião dos colaboradores sobre os candidatos. O objetivo desta ação é que o
futuro integrante da equipe tenha características compatíveis com as dos
colegas.
A diretora de Projetos do Great Place to Work, Roberta Vampre Hummel, explica
que isso não significa que as empresas estão em busca de profissionais iguais,
já que a valorização da diversidade é fundamental no cenário atual.
“Estes processos buscam assegurar que esta nova pessoa tenha os valores da
empresa, além de características que irão agregar ao grupo, o que tornará o
trabalho em equipe mais fácil”, afirma.
Também é possível que o candidato conheça os futuros colegas, assim terá certeza
de que ele se identifica com a empresa. “É uma via de mão dupla. Não é só a
empresa que escolhe o profissional. Ele também escolhe a empresa”, declara.
Recebimento
A especialista acrescenta ainda que o recebimento deste profissional pelos
colegas será mais intenso, já que teve a opinião deles no processo. “Isso
fortalece o sentimento de camaradagem. Eles se sentem parte do processo”, diz.
Já o gerente de Projeto do Grupo Foco, Rudney Pereira Junior, afirma que, para a
empresa incluir os funcionários no processo de seleção, é necessário que haja
maturidade por parte da equipe que irá participar da escolha.
“O gestor tem de ter certeza que a equipe é madura. Caso contrário, a pessoa
pode enxergar o candidato como concorrente. Por causa disso, a empresa pode
deixar de contratar um profissional muito bom”, alerta.
Como dar opinião
Antes de comunicar os colaboradores sobre a participação no processo
seletivo, Pereira Junior aconselha que o líder esclareça que a decisão final
será dele, mas que ele gostaria de ouvir a opinião da equipe.
No momento da entrevista com o candidato, o especialista indica que o
profissional analise o outro como uma visão parecida com a do chefe. Vale também
avaliar a parte técnica, comportamental e se aquela pessoa tem os mesmos valores
que a empresa.
Para Roberta, o profissional pode dar sua opinião baseada em sua experiência
profissional. Ambos os especialistas concordam que esta visão é subjetiva.
Caso o gestor escolha o candidato que não foi aprovado pelo profissional, é
importante que a pessoa saiba separar os fatos. “É importante saber separar,
caso contrário a relação de trabalho pode começar desgasta”, finaliza Pereira
Junior.