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Saúde - Hemorróidas: novo procedimento cirúrgico 

Data: 19/03/2010

 
 

Hemorróidas: 50% da população mundial têm ou vai ter sintomas da doença.

Novo procedimento cirúrgico é menos invasivo, diminui consideravelmente o risco de reincidência da doença, possibilita um menor período de internação hospitalar, um pós-operatório bem menos doloroso e permite ao paciente retomar em poucos dias as suas atividades rotineiras.

Quando se fala em hemorróidas, o preconceito vem à tona e muitas pessoas que possuem a doença não procuram tratamento médico. Não existem dados precisos sobre a incidência no Brasil, mas segundo especialistas, as estimativas apontam que 5% a 12% da população sofrem com a doença. Nos Estados Unidos, 50% dos americanos acima de 50 anos são portadores de hemorróidas. No entanto, apenas 5% destes procuram auxílio médico. Outros dados mostram que 50% da população têm ou vai ter sintomas relacionados à doença em algum momento da vida. A faixa etária com maior incidência do problema está entre 45 a 65 anos.

A doença hemorroidária, conhecida popularmente como hemorróidas, consiste na dilatação dos vasos sanguíneos presentes na região do ânus, em sua parte interna, de maneira semelhante às varizes das pernas, podendo causar desconforto como sensação de volume no ânus, dor, sangramento e, nos casos mais avançados, a saída das hemorróidas pelo ânus após a evacuação, tecnicamente denominado prolapso hemorroidário.

O tratamento das hemorróidas pode ser clínico ou cirúrgico. “Nos casos iniciais, em que os vasos sanguíneos dilatados não são tão volumosos, o tratamento clínico permite um controle adequado da doença, promovendo a redução do desconforto e a melhora da dor e do sangramento, além de evitar a progressão da doença”, alerta o cirurgião do aparelho digestivo Alexandre Sakano.

Procedimentos cirúrgicos ambulatoriais, feitos em consultório e sem necessidade de internação ou anestesia, podem ser aplicados nas hemorróidas em suas fases iniciais. Os mais comuns são o congelamento, no qual se aplica gás carbônico nas hemorróidas, o que promove um congelamento dos tecidos e necrose da hemorróida, e a ligadura elástica, em que se aplica um elástico na base da hemorróida, cortando sua circulação e conseqüente necrose.

“Porém, nos casos avançados, a cirurgia é a única opção realmente eficaz para a solução do problema”, esclarece o especialista Alexandre Sakano. A cirurgia tradicional, muito temida, exige a realização de cortes na pele próxima do ânus para retirada dos vasos sanguíneos doentes, causando dor intensa no pós-operatório e recuperação bastante lenta e desconfortável, até a cicatrização das feridas operatórias.

Segundo o cirurgião, atualmente a mais nova opção para o tratamento das cirurgias de hemorróidas é um aparelho chamado PPH® (procedimento para prolapso hemorroidário). O método consiste na retirada das veias salientes e no lugar dos tradicionais cortes e pontos, são usados grampos de titânio na parte interna do ânus, não deixando, portanto, feridas na parte externa, local de maior sensibilidade da região anal.

Um estudo internacional envolvendo aproximadamente 70 portadores de hemorróidas comprova que a técnica cirúrgica que faz uso do sistema PPH® apresenta índices elevados de eficácia com relação a diferentes aspectos, como a reincidência da doença e ausência de dor. Os números demonstram que 93% dos pacientes operados por este método, após 33 meses (em média), aprovaram a cirurgia, relataram mínima dor pós-operatória e a eliminação por completo do problema, sem reincidência.

O PPH® possibilita ao paciente operado retorno às atividades diárias em poucos dias e menos de 24 horas de internação, ao contrário da técnica convencional que necessita em média, o dobro do período de internação hospitalar e causa um pós-operatório lento e doloroso. O tempo médio da cirurgia com esse moderno procedimento também é menor, em torno de 30 minutos”, diz o cirurgião.

O PPH® é uma opção de tratamento recente no Brasil e nos Estados Unidos, porém, amplamente utilizado na Europa, onde o procedimento foi adotado desde o final da década de 1990. Com o passar dos anos, o tratamento se aprimorou e hoje, as técnicas de cirurgia para o tratamento das hemorróidas amenizam dores e sangramento, além dos constrangimentos aos portadores da doença.

Embora tenha sido observada essa recente mudança de hábito, o preconceito ainda é muito grande no Brasil. É preciso desmistificar a doença e acabar definitivamente com o preconceito. Desta forma, os pacientes deixarão o preconceito de lado e procurarão tratamento nas fases iniciais da doença, o que torna a cura muito mais simples e rápida.

Mitos e verdades sobre hemorróidas

1. Os homens sofrem mais de hemorróidas do que as mulheres.

A proporção entre homens e mulheres que sofrem de hemorróidas é a mesma. Durante o período gestacional, ocorre um acúmulo de líqüido corporal e uma dificuldade natural de retorno venoso, o que pode acarretar o aparecimento da doença em mulheres grávidas.

2. Relação sexual anal causa hemorróidas.

A formação de hemorróidas ocorre devido a uma predisposição genética e a outros fatores desencadeantes, não estando vinculada com o tipo de relação sexual.

3. Prisão de ventre e dificuldade de evacuar causam hemorróidas.

As causas da doença são várias: fatores alimentares, hereditários, higiênicos e principalmente o tipo de hábito intestinal do indivíduo. O esforço ao evacuar pode predispor ao aparecimento de hemorróidas.

4. Hemorróidas podem se transformar em câncer.

Isso não acontece. Porém os sintomas de hemorróidas, principalmente a presença de sangramento, podem ser muito similares aos apresentados em portadores de câncer do reto e intestino.

5. As hemorróidas podem voltar após a cirurgia.

O retorno dos sintomas após a remoção das hemorróidas não é comum. Ocorrem em cerca de 2 a 3% dos casos, independente da técnica.

6. Álcool e condimentos como pimenta são fatores desencadeantes de hemorróidas.

A pimenta, o álcool e alimentos condimentados não são a causa do surgimento de hemorróidas, porém os portadores da doença podem ter um agravamento do quadro ao ingeri-los.



 
Referência: Site Médico
Autor: Revistavigor.com.br
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