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Análise técnica (ações) - Entrevista: Apimec tira dúvidas sobre o certificado de analista técnico 

Data: 12/03/2011

 
 

Com a Bolsa ganhando popularidade entre os brasileiros desde 2003, as análises técnicas e fundamentalistas deixaram o seleto mundo das equipes de research das corretoras para adentrar na vida diária dos investidores, através, principalmente, das facilidades da internet.

A invenção do Home Broker em 1999 e o sistema de negociação da BM&F em 2004, batizado de WebTrading, já denunciavam o futuro das operações no mercado de ações brasileiro, que aos poucos foi aposentando os operadores viva-voz até sua extinção definitiva em junho deste ano.

Em consonância com a modernização das plataformas de negociação, os meios de comunicação espalhados pela rede foram recrutando mais adeptos. Sites, blogs e chats tornaram-se ferramenta importante de informação dos investidores, por onde acompanham as principais notícias do mundo e garimpam oportunidades de investimentos.

Aparentemente inocente, essa atividade de recomendação de compra e venda por parte dos "analistas on-line" somente é autorizada caso sejam profissionais credenciados pela Apimec (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais) e registrados na CVM (Comissão de Valores Mobiliários). E pelo o histórico atual, a realidade é bem diferente do recomendado pelos órgãos competentes.

Por que o certificado?
Em 2006, quando o Ibovespa subiu cerca de 40%, além da explosão de volume na bolsa, cresceu exponencialmente a procura por cursos de análise técnica, com inúmeros investidores em busca de um norte para investir.

A partir daí, conceitos como resistência, suporte, IFR e Fibonacci ficaram cada vez mais comuns no linguajar dos brasileiros, disseminado, principalmente, pelos blogs e sites difundidos pela internet.

O movimento chamou a atenção dos órgãos reguladores, tanto que em 26 de junho deste ano a CVM lançou um ofício reiterando a obrigação de se ter um certificado para elaborar e divulgar recomendações.

Em prol da qualidade técnica, acima das meras análises técnicas, Lucy Souza, presidente da Apimec Nacional, em entrevista à InfoMoney, responde a questão central do tópico, esclarece como será o certificado para os analistas técnicos e clama pela integração entre análise técnica e fundamentalista. Confira:

InfoMoney - Por que a necessidade de certificar os analistas técnicos neste momento? Aumento de popularidade?

Lucy Sousa - A necessidade da certificação do analista já estava prevista na Instrução CVM 388, mas o entendimento foi reforçado este ano. A Apimec, a partir de entendimentos com a ANATT (Associação dos Analistas Técnicos), desenvolveu certificação específica CNPI-T, incluindo um exame específico, chamado CT, que será oferecido a partir de setembro. O candidato à certificação CNPI-T deverá ser aprovado no CT e no CB (Conteúdo Brasileiro), este último exame também aplicado para a obtenção do CNPI original, voltado para analistas fundamentalistas.

Qual deve ser o conteúdo da prova para os analistas técnicos? Será baseada na certificação da IFTA?

Construímos a versão preliminar do conteúdo programático do CT a partir da análise dos conteúdos das certificações CMT (Chartered Market Technician) e IFTA (International Federation of Technical Analysts). Colocamos em audiência pública e obtivemos uma versão final com conteúdo comum e de consenso.

Em sua opinião, haverá uma alta demanda pelo certificado?

Existem muitos profissionais fazendo análise técnica, mas não temos informações confiáveis sobre seu número. Alguns já estão prestando o exame CB.

O certificado será obrigatório para aqueles que trabalham em corretoras e também para os grafistas que divulgam suas análises em blogs, sites ou chats?

O certificado será obrigatório para todos aqueles que distribuírem analise gráfica publicamente, não importa o canal. Daremos prioridade aos que trabalham nas corretoras, pois estes pertencem diretamente ao sistema de distribuição, estando sob supervisão da CVM.

Como fica o caso dos analistas que exercem a função há muito tempo? Deverão fazer a prova?

Todos deverão fazer a prova.

As novas regras devem reduzir a demora no ingresso de profissionais certificados no mercado?

Com exame específico (CT) não há desculpas para não ser certificado.

A Apimec planeja desenvolver cursos visando uma preparação melhor para a certificação?

As regionais já estão oferecendo cursos de análise técnica. Também faremos parcerias com escolas e consultorias especializadas no assunto.

Qual é a perspectiva do órgão em relação à análise técnica para os próximos anos?

Com o aumento dos profissionais certificados, a qualidade das análises será fortalecida e haverá maior complementaridade e diálogo entre as abordagens fundamentalista e técnica.



 
Referência: InfoMoney
Autor: Rafael de Souza Ribeiro
Aprenda mais !!!
Abaixo colocamos mais algumas dicas :